Cabul - A equipe do candidato à Presidência do Afeganistão Abdullah Abdullah ameaçou boicotar a auditoria dos votos caso suas reivindicações técnicas não forem aceitas até amanhã, quarta-feira, ao considerar que o processo está "influenciado politicamente".
"Houve uma fraude em grande escala durante as eleições, enquanto a auditoria está sendo um processo político", afirmou nesta terça-feira um porta-voz dos observadores de Abdullah, Fazal Ahmad Manawi, em entrevista coletiva.
No entanto, ao longo de toda a entrevista, realizada em Cabul, Manawi não chegou a especificar as exigências de seu partido.
A apuração está sendo realizada de acordo com as bases definidas pelas Nações Unidas, organismo mediador do processo, enquanto a equipe de Abdullah alegou hoje que as mesmas "não respondem suas preocupações".
A crise política no Afeganistão começou quando Abdullah se negou a aceitar o resultado da apuração preliminar de votos do segundo turno das presidenciais afegãs, o qual, com um respaldo de 56,4% dos votos, dava como vencedor o seu oponente Ashraf Gani.
Na ocasião, Abdullah ameaçou abandonar a disputa presidencial e criar um governo paralelo, já que, segundo ele, as eleições do país foram marcadas por uma "fraude em escala industrial" preparada por Gani, pelo saliente presidente Karzai e pela Comissão Eleitoral afegã.
No entanto, devido à mediação do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, os dois candidatos firmaram um acordo em relação a uma auditoria de 100% dos 8,1 milhões de votos depositados nas urnas. Após esse processo, de acordo com o combinado, um governo de união nacional seria formado pelo vencedor.
A apuração começou no último dia 17 de julho, mas foi interrompido em várias ocasiões por conta das diferenças entre as equipes de Abdullah e Gani, principalmente em relação aos parâmetros a serem adotados para invalidar ou não uma cédula.
A invalidação dos votos foi iniciada ontem e, se tudo ocorrer como o previsto, espera-se que o nome do próximo presidente da república islâmica seja anunciado dentro de poucos dias.
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1. Bomba relógio política
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1/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
São Paulo – Não existe calmaria generalizada e a situação política e econômica de alguns países merecem destaque. Tina Fordham, analista política do Citi, ao lado de sua equipe, preparou um relatório apontando uma série de riscos políticos presentes em diversas partes do mundo. Clique nas fotos ao lado e conheça cinco deles.
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2. Oposição a Putin segue forte na Rússia
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2/5 (©AFP / Natalia Kolesnikova)
No relatório, Tina Fordham e sua equipe afirmam que a onda de protestos na Rússia tem as demonstrações mais fortes desde a perestroika. Eles apontam que observadores internacionais esperavam que os protestos diminuíssem no país após o então primeiro-ministro Vladimir Putin vencer as eleições e voltar a ser presidente do país. Aconteceu justamente o contrário e os protestos continuam. “Os preços brandos do petróleo e os planos para restringir o livre discurso sinalizam a possibilidade de um período de tensões pela frente, ao passo de que a classe média russa continuará desafiando ao governo”, afirmam a analista política do Citi. Na visão do Citi, o cenário atual limita reformas e modernizações na Rússia e dificulta que o governo volte a ter altos níveis de aprovação. “Acreditamos que a alta demanda por mudanças políticas é muito provável pelos próximos três anos”. A foto ao lado mostra a banda punk Pussy Riot, um dos símbolos atuais da oposição popular ao governo russo.
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3. A Grécia continua uma questão frágil
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3/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
Na Grécia, com a mudança no padrão de vida que a austeridade causa - e, consequentemente, deixa a população descontente – o Citi alerta que aumentam as evidências de mais problemas sociais, como fome, pessoas sem casa e o aumento do risco de uma divisão violenta na Grécia. A situação aumenta a chances de que o país se torne algo que o Fórum Econômico Mundial chama de “critical fragile states”, que são países que não providenciam condições básicas para a população. Há também na Grécia o risco econômico. Recentemente, num outro relatório, o
Citi alertou que o país tem 90% de chances de deixar a zona do euro nos próximos 12 a 18 meses.
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4. O “homem-chave” da Venezuela
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4/5 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
As pesquisas mais recentes indicam que Hugo Chávez, atual presidente da Venezuela, deve se reeleger nas eleições que acontecem no país neste ano. A saúde do atual líder, porém, está fragilizada. Por mais que Chávez insista em dizer que está bem, não é possível confirmar seu real estado. Apesar da saúde frágil do atual líder, a Venezuela não apresenta um sucessor “na manga” para Chávez. O Citi reforça que há especulações sobre o que pode ocorrer caso Chávez faleça antes ou depois das eleições. Se isso acontecer, independente do momento, essa possibilidade deve mudar a maneira como o país monopoliza o setor de petróleo.
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5. Tensões entre Irã e Israel continuam
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5/5 (Jack Guez/AFP)
As especulações de que Israel poderia atacar o Irã por conta do programa nuclear do país crescem e a analista política do Citi também acredita nessa possibilidade. Na visão do Citi, as chances de uma ação militar acontecer contra o Irã e as locações de seu programa militar após as eleições nos Estados Unidos são maiores que 25%. Se nada acontecer logo após o pleito, a possibilidade aumenta na primeira metade de 2013.