Fukushima foi castigada por um terremoto e tsunami, o que causou a pior crise nuclear desde 1986 (Tepco/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 08h10.
Tóquio - Um total de 57 jovens de Fukushima desenvolveram câncer de tireoide desde o acidente nuclear de março de 2011, segundo as últimas estatísticas das autoridades de saúde da região japonesa.
Este número, publicado em um relatório do comitê de pesquisa médica da cidade de Fukushima, representa um aumento de sete casos em relação aos últimos dados apresentados em maio passado.
Este último relatório, que corresponde à análise feita até o dia 30 de junho, mostra além disso que foram detectados 103 casos duvidosos deste câncer entre as 300 mil pessoas da região submetidas à análise que eram menores de idade quando aconteceu a crise nuclear.
O painel de especialistas considera, no entanto, que por enquanto é "difícil" determinar se existe um vínculo causal direto entre os casos de câncer dos menores e as radiações emanadas da usina após a fusão nuclear.
Os diagnosticados até agora com câncer de tireoide tinham uma média de idade de 14,8 anos quando a central de Fukushima foi castigada por um terremoto e posterior tsunami, o que causou a pior crise nuclear desde Chernobyl (Ucrânia) em 1986.
Os números de Fukushima equivalem a que 30 de cada 100.000 pessoas desenvolveram câncer de tireoide na região, o que contrasta com as estatísticas de outras áreas do país nas quais os casos detectados não chegam a 1,7, segundo dados publicados hoje pelo jornal "Asahi".
A partir de setembro, quando se espera que tenha acabado a primeira rodada de revisões médicas, os especialistas avaliarão a totalidade de dados recolhidos e a possível conexão entre as doenças e o acidente nuclear.