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Canadense preso na Coreia do Norte cava buracos o dia todo

O pastor Hyeon Soo Lim, de 60 anos, afirmou que custou a se adaptar a esta nova vida após sua condenação no mês passado


	Hyeon Soo Lim: "Nunca fui operário, então no início estes trabalhos eram duros", explicou Lim em uma entrevista gravada em um hotel de Pyongyang
 (Reuters)

Hyeon Soo Lim: "Nunca fui operário, então no início estes trabalhos eram duros", explicou Lim em uma entrevista gravada em um hotel de Pyongyang (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 07h32.

O pastor canadense de 60 anos condenado na Coreia do Norte à prisão perpétua com trabalhos forçados afirma em uma entrevista à rede de televisão CNN que todos os dias cava buracos em uma prisão na qual é o único recluso.

O pastor Hyeon Soo Lim, de 60 anos, afirmou que custou a se adaptar a esta nova vida após sua condenação no mês passado por tentativa de derrubar o regime.

"Nunca fui operário, então no início estes trabalhos eram duros", explicou Lim em uma entrevista gravada em um hotel de Pyongyang.

Vestido com um traje cinza de presidiário marcado com a matrícula "036", Hyeon Soo Lim, com a cabeça raspada, chegou ao quarto conduzido energicamente ao seu assento por dois militares norte-coreanos de gestualidade mecânica.

Os dois guardas deixaram o quarto. Lim, que nasceu na Coreia do Sul, mas fala e entende inglês, explicou que pediram que desse a entrevista em coreano, o que o levava a pensar que seria estreitamente vigiado.

Lim foi detido em janeiro de 2015 pelas autoridades norte-coreanas depois de entrar no país a partir da China. Os fatos concretos que sustentaram a acusação nunca foram esclarecidos.

Segundo a Igreja presbiteriana coreana da Luz de Toronto, onde atuava, Lim estava realizando uma missão puramente humanitária na Coreia do Norte. Estava acostumado às viagens no país, onde agia principalmente em orfanatos.

Pyongyang afirmou que Lim havia reconhecido todas as acusações que pesavam contra ele, incluindo ter "difamado abominavelmente" o sistema e o líder norte-coreano.

Na entrevista da CNN, Lim explicou que é obrigado a trabalhar oito horas diárias, seis dias por semana, e que seu trabalho consiste em cavar buracos em uma horta.

Afirma que recebe tratamento médico, três refeições diárias, e que espera obter a bíblia que pediu.

"Todos os dias rezo pelo país e pelo povo, rezo para que o Norte e o Sul se reunifiquem, para que uma situação como a minha não aconteça mais", declara.

Ao fim da entrevista, que durou cerca de uma hora, os guardas foram buscar o preso.

Pyongyang encara missionários estrangeiros com grande suspeita, embora permita algumas atividades humanitárias.

O Canadá condenou no mês passado a pena "excessivamente severa" pronunciada contra seu cidadão.

Certo número de religiosos cristãos, em sua maioria americanos de origem coreana, foram detidos na Coreia do Norte. Alguns puderam retornar ao seu país após a intervenção de políticos americanos de alto escalão.

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