Repórter de macroeconomia
Publicado em 12 de março de 2025 às 10h49.
Última atualização em 12 de março de 2025 às 11h42.
O governo do Canadá anunciou nesta quarta-feira, 12, novas tarifas comerciais recíprocas contra produtos dos Estados Unidos. A medida é uma resposta à decisão do governo Trump de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio, que entraram em vigor hoje.
As novas taxas vão impactar o equivalente a 29,8 bilhões de dólares canadenses (US$ 20,7 bilhões) em produtos americanos.
As tarifas afetarão importações de aço equivalentes a 12,6 bilhões de dólares canadenses vindo dos EUA, 3 bilhões em alumínio e 14,2 bilhões em outros produtos, como computadores, equipamentos esportivos e produtos de ferro fundido. A medida entra em vigor na quinta-feira, 13.
As medidas foram anunciadas por Dominic LeBlanc, ministro das Finanças canadense. Ele disse ainda que o governo buscará apoiar os trabalhadores canadenses afetados pela guerra comercial, e pediu que os canadenses comprem mais produtos nacionais, em vez de itens dos EUA.
As novas tarifas do Canadá foram anunciadas horas após entrarem em vigor taxas extras dos EUA, de 25%, sobre o aço e o alumínio. As medidas valem para todos os países, mas o Canadá é o mais afetado por ser o país que mais fornece aço aos EUA, com 6 milhões de toneladas anuais em 2024.
O segundo maior fornecedor de aço aos americanos é o Brasil, com 4,1 milhões de toneladas anuais.
O Canadá é também o maior fornecedor de alumínio, e provê 60% das importações americanas desse metal.
Além das tarifas atuais, o Canadá foi alvo de taxas de 25% sobre todos os itens, exceto de energia, que entrariam em vigor em 4 de março. A energia vinda do Canadá teve taxa de 10%.
No entanto, em 6 de março, Trump anunciou um adiamento das tarifas por um mês para todos os produtos incluídos no tratado USMCA, de 2018.
Em resposta às tarifas de Trump, o Canadá havia anunciado uma taxa extra de 25% sobre a energia elétrica vendida aos EUA. Na terça, 11 de março, Trump ameaçou taxar o aço e o alumínio do Canadá em 50%. Depois disso, o Canadá recuou da taxa extra sobre energia, e o presidente americano também retirou a ameaça dos 50% de taxa.