Para a ministra canadense, a melhor forma de proteger a natureza é vinculá-la à economia (Mario Tama / Equipe/Getty Images)
EFE
Publicado em 27 de agosto de 2019 às 18h12.
Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 18h13.
Toronto - A ministra de Meio Ambiente do Canadá, Catherine McKenna, anunciou nesta terça-feira que o Brasil rejeitou a ajuda oferecida pelo país para combater os incêndios na Amazônia.
Ontem, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, ofereceu enviar aviões-tanque para auxiliar na luta contra o fogo e repassar 15 milhões de dólares canadenses (R$ 47,2 milhões) ao governo brasileiro.
McKenna também afirmou que, apesar da negativa, o governo do Canadá não planeja congelar as negociações iniciadas em março sobre um tratado de livre-comércio com o Mercosul.
Para a ministra canadense, a melhor forma de proteger a natureza é vinculá-la à economia, incluindo nos tratados salvaguardas para temas ambientais.
"Acredito que sempre devemos lidar com meio ambiente e economia de forma conjunta. Os acordos comerciais que negociamos, nos quais estive diretamente implicada, têm fortes proteções ambientais", disse McKenna em entrevista coletiva.
"O acordo com o Mercosul terá as melhores proteções ambientais que qualquer outro", completou a ministra canadense.
O pedido para suspender as negociações comerciais com o Mercosul foi feito pelo líder do Novo Partido Democrático do Canadá, Jagmeet Singh. Para ele, Trudeau mais uma vez está colocando os interesses de grandes corporações à frente da luta contra a mudança climática ao continuar discutindo um acordo com o presidente Jair Bolsonaro.
McKenna avaliou que o fim das conversas não é uma solução viável e ressaltou que o acordo é uma oportunidade para que o Canadá discuta com os países do Mercosul a importância do reflorestamento.
Sobre a situação da Amazônia, McKenna disse que os incêndios não são apenas um problema do Brasil. Com a negativa do governo federal para a ajuda canadense, ela afirmou que buscará cooperar com os demais países da região.
"A Amazônia está literalmente em chamas. É uma grande preocupação porque o desmatamento e os incêndios fazem com que a Amazônia não possa armazenar carbono. E isso acelera a mudança climática", explicou.
"Oferecemos ajuda financeira e para combater os incêndios. Temos excelentes equipes de bombeiros e infelizmente parece que o Brasil não aceitou. Mas há outros países que estão envolvidos. Esperamos que possamos trabalhar com outros parceiros", concluiu McKenna.