Manifestantes contrários a Nicolás Maduro protestam do lado de fora da Casa Branca, em Washington (EUA) (Joshua Roberts/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de maio de 2019 às 20h26.
A chanceler do Canadá, Chrystia Freeland, se reuniu nesta quinta-feira (15) em Havana com seu colega cubano, Bruno Rodriguez, para discutir uma solução para a crise na Venezuela e defender os interesses das empresas canadenses na ilha, sob a ameaça de uma lei americana.
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores do país anfitrião, aliado do governo de Nicolás Maduro, escreveu no Twitter: "Cuba ratifica sua disposição de contribuir com iniciativas que promovam diálogo respeitoso com o governo venezuelano com base na igualdade soberana dos Estados, nos princípios do direito internacional e nos postulados da Proclamação da América Latina e do Caribe como zona de paz".
Segundo a chancelaria cubana, Rodríguez deixou claro que seu país "rejeita o uso ou a ameaça do uso da força, e a aplicação de medidas econômicas coercitivas unilaterais que provoquem danos humanitários".
Os Estados Unidos aplicam um cerco diplomático e econômico ao governo Maduro para obrigá-lo a deixar o poder, e não descartam o uso da força para esse fim.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quinta-feira, na Casa Branca, o presidente da Suíça, Ueli Maurer, para discutir o papel de mediador dos suíços em países como Irã e Venezuela.
A reunião entre Trump e Maurer foi fechada à imprensa, mas o presidente suíço revelou tópicos da discussão em entrevista coletiva. Segundo ele, Irã e Venezuela foram temas secundários.
A Casa Branca limitou-se a dizer que Trump e Maurer conversaram sobre melhorar as relações econômicas entre os dois países e também sobre uma série de assuntos internacionais, entre elas as crises no Oriente Médio e na Venezuela.
"O presidente Trump manifestou gratidão pelo papel da Suíça em facilitar a mediação internacional e as relações diplomáticas em nome dos EUA", afirmou o governo americano em nota.
Suíça e EUA assinaram um acordo em abril para que o país protegesse a embaixada americana em Caracas, mas o pacto ainda não foi aceito pelo governo de Nicolás Maduro.
Questionado sobre a medida, Maurer afirmou que a Suíça está preparada para proteger os interesses dos EUA em Caracas.
"Estamos prontos para quando esse mandato (de proteção) for aceito pela Venezuela, mas esse não é o caso por enquanto", disse.
"Acredito que, pelas duas partes, não há uma situação muito boa na Venezuela e não foi apresentada uma solução para o futuro passo. É difícil e temos que ir passo a passo. Por enquanto, ainda não podemos decidir nada porque a situação é complicada", concluiu.