Campos Flégreos: O supervulcão é composto por uma série de crateras e caldeiras, sendo a Solfatara uma das mais conhecidas, com suas fumarolas sulfurosas e solos quentes (Christoph Sator/Getty Images)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 14 de novembro de 2023 às 11h30.
Última atualização em 14 de novembro de 2023 às 13h02.
Um "supervulcão" localizado em Nápoles, na Itália, está despertando atenções de especialistas e moradores da região. Isso porque o local possui uma ameaça de erupção quase 500 anos depois da última atividade.
Localizado no Monte Vesúvio, Campos Flégreos traduzido do latim significa "campos ardentes", refletindo a natureza eruptiva da região. Este local é marcado por uma atividade vulcânica significativa ao longo dos séculos, com registros históricos de erupções que remontam à Antiguidade.
Um dos aspectos do local é a presença de fenômenos geotérmicos, como fumarolas e fontes termais, indicando a intensa atividade magmática abaixo da superfície. O supervulcão é composto por uma série de crateras e caldeiras, sendo a Solfatara uma das mais conhecidas, com suas fumarolas sulfurosas e solos quentes.
Os Campos Flégreos têm sido objeto de estudo e monitoramento contínuo, pois a atividade vulcânica na área gera preocupações sobre possíveis impactos em Nápoles e nas comunidades circundantes. A compreensão da dinâmica vulcânica nessa região desempenha um papel crucial na gestão de riscos e na segurança da população local.
A região densamente povoada está sujeita a um fenômeno sísmico chamado bradissismo, caracterizado por ciclos de elevação e rebaixamento gradual do solo. A última ocorrência desse fenômeno foi em 1984, quando o solo elevou-se em 3,5 metros antes de iniciar uma descida lenta, acompanhada por atividade sísmica semelhante à que está sendo observada na área atualmente.
A proximidade com o Vesúvio intensifica as preocupações, uma vez que a região está historicamente vinculada a eventos vulcânicos de grande impacto. O monitoramento contínuo por parte das autoridades e cientistas é crucial para avaliar e mitigar os riscos potenciais associados a essa atividade vulcânica em ascensão.
De acordo com a CNN, em entrevista com Giuseppe De Natale (diretor de pesquisa do INGV em Nápoles), existem duas hipóteses para o aumento da atividade na região: A primeira é que possa ser uma “intrusão de magma proveniente da câmara magmática, localizada a cerca de oito quilómetros de profundidade.
A segunda, e hipótese mais plausível, aponta para uma significativa "desgaseificação" dos gases gerados pelo magma proveniente da câmara magmática profunda. Acredita-se que essa liberação de gases na mesma profundidade da câmara de magma seja responsável pelo estrondo registrado no solo.
“O problema são as rochas! Elas são rasas e não conseguem suportar altos níveis de pressão, então se a pressão aumentar muito, pode ocorrer a fratura completa das rochas, o que geralmente é a causa da erupção de um vulcão.”, disse Natale a CNN.