A investigação encontrou provas de que a Vote Leave trabalhava com o grupo BeLeave e não respeitavam os limites de seus gastos legais (Toby Melville/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2018 às 14h06.
A campanha oficial a favor do Brexit no referendo de 2016, Vote Leave, foi sancionada com uma multa por ter violado a lei eleitoral, anunciou nesta terça-feira a Comissão Eleitoral britânica, o que despertou dúvidas no grupo pró-europeu sobre a "validade" do referendo de 2016.
A Comissão Eleitoral "realizou uma investigação profunda" sobre a campanha da Vote Leave, apoiada por figuras do partido conservador como o ex-ministro de Relações Exteriores Boris Johnson e o ministro de Meio Ambiente, Michael Gove, e do BeLeave, um grupo ativista menor, no referendo sobre a saída da UE de junho 2016.
A Comissão "encontrou provas substanciais de que os dois grupos trabalhavam com um plano comum, não declaravam seu trabalho conjunto e não respeitavam os limites de seus gastos legais" das campanhas eleitoras, apontou o organismo.
Essas conclusões chegam meses depois das acusações de Christopher Wylie, informante que revelou que a empresa Cambridge Analytica, suspeita de ter utilizado dados pessoais de milhões de usuários do Facebook para fins políticos, tinha tido um "papel crucial" na votação a favor do Brexit.
No referendo, 52% dos britânicos votaram a favor de sair da União Europeia.
Para os partidários de continuar na UE, as conclusões da Comissão "ameaçam a validade do resultado do referendo e reforçam a necessidade de organizar uma segunda consulta".
"O resultado amargo do referendo parece mais suspeito do que nunca", tuitou o deputado trabalhista e pró-europeu David Lammy, lançando dúvidas sobre a validade do resultado.