Mundo

Campanha de Aldo teve doação de empreiteiras da Copa

As construtoras Mendes Júnior e Odebrecht contribuíram com R$ 140 mil nas duas campanhas em que Aldo se elegeu deputado federal pelo PCdoB paulista

O novo ministro do Esporte tratou como normais as contribuições e afirmou que isso não terá interferência em seu trabalho (Valter Campanato/ABr)

O novo ministro do Esporte tratou como normais as contribuições e afirmou que isso não terá interferência em seu trabalho (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 10h08.

São Paulo - O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebeu doações para suas campanhas eleitorais em 2006 e 2010 de empreiteiras envolvidas na construção de estádios para a Copa do Mundo. As construtoras Mendes Júnior e Odebrecht contribuíram com R$ 140 mil nas duas campanhas em que Aldo se elegeu deputado federal pelo PCdoB paulista. O novo ministro recebeu também recursos de empresas patrocinadoras da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A Mendes Júnior doou R$ 100 mil para Aldo no ano passado. A empresa participa do consórcio que constrói a arena de Cuiabá (MT) para o evento organizado pela Fifa. O estádio tem custo previsto de R$ 596,7 milhões, sendo R$ 392 milhões financiados pelo BNDES, segundo dados do portal da Copa, mantido pelo ministério do Esporte. A construtora foi escolhida por meio de licitação realizada pelo governo do Estado do Mato Grosso.

O grupo Odebrecht, por sua vez, doou R$ 40 mil para o novo ministro em 2006. A empreiteira está a frente de obras de quatro estádios, Itaquerão, em São Paulo, Maracanã, no Rio de Janeiro, Arena Pernambuco, em Recife, Fonte Nova, em Salvador. As obras de arenas em que a empresa participa têm custo estimado em R$ 2,68 bilhões, segundo o portal da Copa. Todas têm financiamento do BNDES, totalizando 1.523,7 bilhões.

Além das empreiteiras, três empresas patrocinadoras da CBF doaram recursos para a campanha do novo ministro segundo a prestação de contas dele ao Tribunal Superior Eleitoral no ano passado. Aldo recebeu R$ 50 mil do banco Itaú Unibanco, R$ 25 mil da Fratelli Vita Bebidas, que pertence a Ambev e R$ 80 mil da Companhia Brasileira de Distribuição, que controla o Grupo Pão de Açúcar.

Aldo foi presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a CBF e apontou irregularidades em contratos da entidade. Nos últimos anos, porém, aproximou-se de Ricardo Teixeira tornando-se um dos principais interlocutores do cartola na Câmara. Segundo ele, não há "ressentimentos" na relação.

O novo ministro tratou como normais as contribuições e afirmou que isso não terá interferência em seu trabalho. "Não atingiu e não atingirá de qualquer forma a minha independência". Disse também não ter recebido qualquer orientação da presidente Dilma Rousseff sobre como lidar com a Fifa e afirmou pretender uma relação de cooperação, mas com independência.

As informações prestadas ao TSE mostram ainda um dado curioso. O deputado perdeu quase a metade de seu patrimônio desde 2006. Naquele ano Aldo declarou ter R$ 612,9 mil em bens. No ano passado, este montante caiu para R$ 376,3 mil. A perda se deve basicamente a uma casa de R$ 203 mil declarada em 2006 e que não consta na prestação de contas do ano passado. Em 2010, o único imóvel declarado por Aldo é uma casa em Viçosa (AL), que estava em construção quatro anos antes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Aldo RebeloEleiçõesEscândalosFraudesGoverno DilmaMinistério do EsportePartidos políticosPCdoBPolíticaPolítica no BrasilPolíticos brasileiros

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países