Mundo

Caminhões de auxílio humanitário se aproximam da Venezuela

A pressão internacional para que o presidente socialista da Venezuela, Nicolás Maduro, renuncie ao cargo tem aumentado esta semana

Caminhão chegando em Cucuta, na fronteira entre Colômbia e Venezuela (Luisa Gonzalez/Reuters)

Caminhão chegando em Cucuta, na fronteira entre Colômbia e Venezuela (Luisa Gonzalez/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 20h58.

Montevidéu - Líderes da Europa e da América Latina pediram nesta quinta-feira diálogo e a realização de eleições para solucionar uma crescente crise na Venezuela, advertindo contra precipitadas intervenções no país mesmo à medida que caminhões carregando auxílio humanitário fazem fila perto da fronteira venezuelana.

A pressão internacional para que o presidente socialista da Venezuela, Nicolás Maduro, renuncie ao cargo tem aumentado esta semana, à medida que uma série de países-membros da União Europeia seguiu a decisão dos Estados Unidos de reconhecer o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da nação sul-americana economicamente destruída.

A Rússia e a China continuam a apoiar Maduro e têm advertido Washington e outros países a não intervir na Venezuela.

Realizando sua reunião inaugural na capital do Uruguai, Montevidéu, o Grupo de Contato Internacional para a Venezuela, apoiado pela União Europeia, pediu uma abordagem menos intervencionista do que a defendida pelos Estados Unidos e por alguns outros países da América Latina.

O grupo, em comunicado emitido após a reunião, disse que irá enviar uma equipe de trabalho técnico à Venezuela para estimular a realização de eleições o mais rápido possível, acrescentando que uma intervenção excessivamente agressiva pode agravar a crise do país.

A chefe da política externa da UE, Federica Mogherini, disse que o grupo, lançado no final do mês passado, está buscando uma solução política e pacífica para a crise, acrescentando que, no final das contas, a decisão precisa vir do povo da Venezuela.

"Esse não é apenas o resultado mais desejado, mas é o único resultado se queremos evitar mais sofrimento e um processo caótico", disse Federica, em Montevidéu ao lado do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.

"O maior dilema que a Venezuela enfrenta é entre a paz e a guerra, e é por isso que estamos insistindo em nosso pedido por calma entre as partes envolvidas e por prudência da comunidade internacional", disse Vázquez.

O comunicado do grupo disse que os integrantes irão se reunir novamente no início de março para estimar o progresso de seu plano.

Estados-membros da UE que fazem parte do grupo incluem França, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido. Membros da América Latina incluem Bolívia, Costa Rica, Equador, México e Uruguai.

No poder desde 2013 e reeleito no ano passado em uma eleição considerada fraudulenta por críticos, Maduro tem governado a Venezuela durante um colapso econômico, marcado por ampla escassez de comida e medicamentos e por uma hiperinflação. Uma estimativa de 3 milhões de venezuelanos deixaram o país rico em petróleo e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Os primeiros caminhões carregando auxílio humanitário destinados à Venezuela chegaram nesta quinta-feira à cidade de fronteira colombiana de Cúcuta, onde autoridades foram orientadas a aguardar instruções sobre como distribuir a comida e os medicamentos.

Escoltados por motos de polícia, os caminhões estacionaram na cidade ao norte da Colômbia, onde venezuelanos desesperados aguardavam para ver se o governo Maduro iria liberar a estrada que tem estado bloqueada, permitindo a passagem dos carregamentos de auxílio humanitário.

Acompanhe tudo sobre:EuropaNicolás MaduroUnião EuropeiaVenezuela

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA