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Cameron promete investigação independente sobre escutas

Premiê britânico quer esclarecer o escândalo das escutas telefônicas ilegais do dominical sensacionalista "News of the World", do magnata australiano Rupert Murdoch

Cameron quer saber mais profundamente sobre os policiais que receberam dinheiro de jornalistas do tabloide para grampear telefones celulares (Getty Images/Getty Images)

Cameron quer saber mais profundamente sobre os policiais que receberam dinheiro de jornalistas do tabloide para grampear telefones celulares (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 07h02.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, prometeu nesta sexta-feira uma investigação independente liderada por um juiz para esclarecer o escândalo das escutas telefônicas ilegais do dominical sensacionalista "News of the World".

Em entrevista coletiva convocada na residência oficial de Downing Street, Cameron disse que a investigação irá averiguar em profundidade tudo o que aconteceu e que "não ficará pedra por movimentar", mas esta só ocorrerá depois do levantamento policial em curso.

O chefe do Governo britânico prometeu ainda uma segunda investigação que avalie a ética jornalística, após a revelação de que até quatro mil pessoas foram vítimas das escutas telefônicas ilegais do tabloide.

Para o premiê, a chamada Comissão de Queixas da Imprensa, que supervisiona a ética jornalística, falhou neste caso, pelo que considera necessário contar com um "novo sistema".

O "News of the World" será fechado neste domingo, depois que se estendeu o escândalo sobre as escutas telefônicas, que afetaram políticos, famosos, vítimas de assassinato e militares mortos em combate.

Na entrevista coletiva, Cameron assegurou que é preciso "chegar ao fundo" do problema e estabelecer também qual foi a atuação da Polícia, após ter sido revelado que agentes da ordem receberam dinheiro de jornalistas do tabloide para grampear telefones celulares.

Além disso, o chefe do Governo defendeu sua decisão de contratar como seu chefe de imprensa Andy Coulson, diretor do "News of the World" quando ocorreram estas atividades ilegais, e disse que assume "toda a responsabilidade" por essa contratação.

O escândalo explodiu em 2006, ao ser revelado que alguns jornalistas recorriam a escutas para interceptar comunicações de famosos, especificamente as mensagens deixadas em caixas de correio de voz de telefones celulares, para obter notícias exclusivas.

O "News of the World" - versão dominical do tabloide "The Sun", dedicado a revelar detalhes da vida das celebridades - é publicado pelo grupo News International, parte do império jornalístico do magnata australiano Rupert Murdoch, e conta com tiragem de 2,8 milhões de exemplares.

Entre outros, foram grampeados os telefones da atriz Sienna Miller, do ex-vice-primeiro-ministro John Prescott e do príncipe William.

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