O premier britânico, David Cameron: o primeiro-ministro está sob pressão para dissuadir os migrantes, incluindo muitos que vêm da África e no Oriente Médio, após a interrupção na travessia de passageiros e mercadorias pelo Canal (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2015 às 11h22.
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, elaborou planos para ajudar a França enfrentar o aumento nas tentativas de imigrantes de entrar ilegalmente na Grã-Bretanha através do Canal da Mancha, mas alertou que não haverá solução rápida.
Cameron está sob pressão para dissuadir os migrantes, incluindo muitos que vêm da África e no Oriente Médio, após a interrupção na travessia de passageiros e mercadorias pelo Canal.
Ele apresentou os planos em uma reunião na sexta-feira do comitê de emergência do governo, depois que alguns políticos defenderam que o Exército reforce os controles das fronteiras.
"Nós vamos adotar medidas corretas do princípio ao fim. Vamos começar ajudando os franceses do seu lado da fronteira, vamos colocar mais barreiras, mais recursos, mais equipes com cães farejadores, mais ajuda de qualquer maneira que pudermos", disse Cameron. "Esta vai ser uma questão difícil por todo o verão."
Cameron, que vai falar com o presidente francês, François Hollande, mais tarde nesta sexta-feira, também disse que terras do governo seriam usadas para aliviar os inconvenientes causados pelo congestionamento de caminhões do lado britânico do Canal.
Reeleito em maio, Cameron prometeu reduzir em dezenas de milhares o número de imigrantes por ano na Grã-Bretanha, uma promessa que ele não cumpriu durante o seu mandato 2010-15, quando o país recebeu mais de 300.000 estrangeiros, um recorde.
A questão é sensível, já que está relacionada com um debate na Grã-Bretanha sobre sua presença na União Europeia. Cameron prometeu realizar até o final de 2017 um referendo sobre a adesão do país ao bloco.
Os imigrantes se concentram em Calais para tentar entrar na Grã-Bretanha. Mas a Eurotunnel, empresa que gerencia o traslado de carga e de passageiros através do Canal da Mancha, diz que a cifra de pessoas que procuram entrar ilegalmente aumentou de cerca de 600 para 5.000 e que está sendo difícil lidar com a situação.