O premiê britânico David Cameron: "Esta é uma decisão vital para o futuro de nosso país e devemos deixar claro que é uma decisão final" (Simon Dawson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 14h30.
Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse nesta segunda-feira perante o parlamento que os britânicos tomarão no referendo de 23 de junho uma "decisão final" sobre a permanência ou saída da União Europeia (UE).
Em seu discurso perante o parlamento, Cameron se opôs à ideia de que um voto para romper os laços com a Europa poderia servir para obrigar Bruxelas a acometer reformas ainda mais profundas e convocar uma segunda consulta, como sugeriram alguns políticos eurocéticos do Partido Conservador.
"Esta é uma decisão vital para o futuro de nosso país e devemos deixar claro que é uma decisão final", disse Cameron, que ressaltou que se a opção de sair da UE ganhar a votação, será iniciado um processo de dois anos para deixar o bloco.
O chefe do governo britânico defendeu pela primeira vez perante a câmara o acordo conseguido na sexta-feira pela noite com seus 27 parceiros comunitários em Bruxelas, e confirmou que a postura oficial de seu Executivo será a de respaldar a permanência no clube europeu.
"Alcançamos mudanças fundamentais no modo em como funciona a organização", disse Cameron, que garantiu que graças ao "novo status" do Reino Unido dentro da UE, Londres pode "estar à frente" do clube europeu.
"Para liderar a Europa devemos estar na Europa", recalcou o primeiro-ministro durante uma sessão na qual diversos parlamentares de seu próprio partido questionaram o documento que selou em Bruxelas.
O prefeito de Londres, Boris Johnson, pôs em dúvida que o acordo devolva "soberania" a Londres.
Em resposta a seu companheiro de partido, Cameron argumentou que o pacto "devolve poderes em economia e imigração".
O chefe da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, criticou também um acordo que qualificou de "desalentador", embora reiterou que "uma maioria arrasadora do partido e do movimento sindical" respaldam a continuação na UE.