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Cameron diz que Irã pode ser parte da solução na Síria

Após reunião com o presidente do Irã, o premiê britânico, David Cameron, disse que o Irã pode ser "parte da solução" na luta contra jihadistas na Síria

O primeiro-ministro britânico David Cameron: "os líderes do Irã poderiam ajudar" (John Minchillo/AFP)

O primeiro-ministro britânico David Cameron: "os líderes do Irã poderiam ajudar" (John Minchillo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 09h04.

Nova York - Após uma reunião com o presidente iraniano, Hassan Rohani, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que o Irã pode ser "parte da solução" na luta contra os jihadistas na Síria.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Cameron declarou que o Reino Unido tem "profundas divergências" com o Irã, mas que "também se deveria dar (a Teerã) a possibilidade de mostrar que pode ser parte da solução, não parte do problema".

"Os líderes do Irã poderiam ajudar a derrotar a ameaça do Isil", insistiu Cameron, referindo-se ao movimento Estado Islâmico que se espalhou por Síria e Iraque.

"Eles poderiam ajudar a garantir um Iraque mais estável e inclusivo, e uma Síria mais estável e inclusiva. E, se eles estiverem preparados para fazer isso, então, deveríamos dar as boas-vindas a seu comprometimento", explicou Cameron.

O Irã, um regime xiita clerical, é inimigo dos jihadistas sunitas e apoia os líderes xiitas do Iraque, mas também é ligado ao regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, rejeitado pelas potências ocidentais.

O premiê britânico também deixou claras suas críticas ao Irã, país que mantém tensas relações com Grã-Bretanha e Estados Unidos desde a revolução de 1979.

"Temos profundas divergências: o apoio do Irã a organizações terroristas, seu programa nuclear, o tratamento que dá a seu povo. Tudo isso precisa mudar", frisou.

O moderado Hassan Rouhani venceu as eleições no ano passado com a promessa de pôr fim ao isolamento internacional do Irã.

O governo iraniano está se reunindo com as principais potências ocidentais para discutir seu programa nuclear.

Em entrevista concedida à TV estatal americana PBS, Rouhani advertiu nesta quarta-feira que apenas os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos não destruirão os jihadistas do EI na Síria.

"Não está claro para nós o que estão buscando (os americanos). Se estão sob a pressão da opinião pública, se querem fazer um espetáculo ou se têm um objetivo real para a região".

"Mas posso dizer, sem engano, que nenhum grupo terrorista pode ser erradicado e destruído apenas com bombardeios aéreos", destacou Rouhani em Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Nesta quarta-feira, aviões dos Estados Unidos, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos retomaram os bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria atacando 12 refinarias de petróleo sob o controle do movimento jihadista.

"Estas refinarias, de pequeno porte, produzem combustível para as operações do EI e renda para financiar os ataques do grupo na Síria e no Iraque, incluindo suas operações futuras", segundo o Comando Central (Centcom).

Os jihadistas, que controlam vários poços de petróleo no Iraque e na Síria, se financiam vendendo o produto - via intermediários - para Turquia, Iraque e Jordânia.

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