Mundo

Cameron defende papel britânico contra o Estado Islâmico

Cameron disse que o bombardeio aéreo faz parte de uma estratégia internacional mais ampla, mas admitiu que forças locais poderão ter uma contribuição maior


	David Cameron: "achamos que são necessárias tropas no terreno, mas deveriam ser tropas iraquianas, devem ser tropas curdas"
 (John Minchillo/AFP)

David Cameron: "achamos que são necessárias tropas no terreno, mas deveriam ser tropas iraquianas, devem ser tropas curdas" (John Minchillo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2014 às 11h32.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu neste domingo o papel limitado do Reino Unido na "grande coalizão internacional" para destruir os jihadistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque.

Londres enviou no sábado dois aviões militares das Forças Aéreas Britânicas (RAF) ao norte do Iraque, carregados com bombas laser e mísseis, que decolaram da base de Akrotiri, no Chipre, e retornaram sem ter atacado nenhum alvo, segundo indicou o Ministério da Defesa.

O desdobramento aconteceu depois que o parlamento britânico aprovou na sexta-feira que Londres se some à ofensiva aérea no Iraque contra o EI.

Em entrevista à "BBC", Cameron disse hoje que o bombardeio aéreo faz parte de uma estratégia internacional mais ampla, mas admitiu que pode ser requerida uma contribuição maior pelas forças locais no Iraque e Síria para acabar com os jihadistas.

"Não estamos tentando derrotar o EI somente desde o ar. Achamos que são necessárias tropas no terreno, mas deveriam ser tropas iraquianas, devem ser tropas curdas", afirmou.

O chefe do Executivo de Londres insistiu que o Reino Unido faz parte de uma grande coalizão internacional "para destruir em última instância essa organização. Mas isto não pode ser conquistado a menos que os países onde esta organização cresceu desempenhem seu papel".

Cameron insistiu que sua estratégia na crise "não é simplista: atirar uma bomba a 12 mil metros de altura e pensar que resolvemos o problema. Não é assim".

"Trata-se de uma estratégia completa para construir um Iraque que tenha um governo democrático e inclusivo para todo o mundo e, em seu tempo, a Síria necessita exatamente do mesmo", explicou.

Questionado se teme que o Reino Unido seja arrastado a um conflito maior, Cameron disse que "esse é um argumento para nunca fazer nada" quando "é preciso enfrentar uma situação com assassinos terroristas psicopatas na Síria e Iraque, que já decapitaram brutalmente um de nossos cidadãos".

Por isso, apontou, "temos uma opção: ou se separar completamente ao considerar que é difícil demais (...) ou adotar a decisão correta de pôr em prática uma estratégia completa".

Quanto à situação dos jihadistas na Síria, Cameron disse que quer transferir aos Comuns uma proposta para obter um "consenso e estar seguros que o Reino Unido desempenhará seu papel nesta ação coordenada em ambos países".

Por sua vez, o ministro da Defesa, Michael Fallon, disse hoje que no final o EI tem que ser derrotado na Síria e que o governo manterá "aberta" a opção de voltar ao parlamento para buscar permissão e estender sua missão aérea a esse país.

O Estado Islâmico "tem que ser derrotado na Síria da mesma forma que no Iraque", declarou o titular da Defesa ao canal britânico de televisão "Sky News".

O Executivo não tomou uma decisão a esse respeito. É um assunto que planeja "revisar", concluiu Fallon. EFE

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEuropaExércitoIraquePaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas