Mundo

Cameron é criticado por afirmar que o Reino Unido é cristão

Primeiro ministro foi acusado de sectarismo em sua mensagem de Páscoa


	O primeiro-ministro britânico David Cameron caminha por Downing Street, Londres
 (AFP/Arquivos)

O primeiro-ministro britânico David Cameron caminha por Downing Street, Londres (AFP/Arquivos)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2014 às 08h20.

Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi acusado nesta segunda-feira de sectarismo por afirmar em sua mensagem de Páscoa que o Reino Unido é "um país cristão".

Os escritores Ken Follett, Philip Pullman e Terry Pratchett e os cientistas John Sulston e Harold Kroto - ambos vencedores do Nobel - são algumas das personalidades que assinaram uma carta publicada no jornal Daily Telegraph contra as declarações de Cameron.

O primeiro-ministro, anglicano, falou sobre religião em várias ocasiões nos últimos meses. Na semana passada, o conservador escreveu um artigo no qual pediu aos cristãos que façam mais proselitismo de sua fé.

Analistas acreditam que Cameron tenta reconstruir pontes com a Igreja, contrária a sua lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que critica reiteradamente as medidas de austeridade de seu governo.

"Algumas pessoas acreditam que nesta época tão laica não deveríamos falar destas coisas. Discordo totalmente", escreveu o chefe de Governo no jornal Church Times, uma publicação anglicana.

"Acredito que deveríamos ter mais confiança sobre nosso status como país cristão, mais ambição sobre aumentar o papel das organizações religiosas e, francamente, mais evangélicos sobre uma fé que nos pede que saiamos e façamos uma diferença na vida das pessoas".

A carta de resposta publicada no Daily Telegraph foi uma iniciativa da Associação Humanista.

O texto contesta a afirmação de Cameron de que o Reino Unido continua um país cristão.

"Repetidos informes, pesquisas e estudos mostram a maioria como indivíduos não cristãos", afirmam os signatários.

"Reivindicar constantemente o contrário estimula a alienação e a divisão em nossa sociedade", afirma a carta.

De acordo com o censo de 2011, 59,3% dos ingleses e galeses se identificaram como cristãos, contra 71,7% uma década antes.

Além disso, 25,1% afirmaram não ter religião, contra 14,8% em 2001.

Acompanhe tudo sobre:CristãosEuropaPaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Trump avalia adiar proibição do TikTok por 90 dias após assumir presidência dos EUA

Rússia admite ter atingido alvos em Kiev em retaliação aos ataques de Belgorod

Mídia americana se organiza para o retorno 'vingativo' de Trump

'Vários feridos' em acidente com teleférico em estação de esqui na Espanha