O premier britânico, David Cameron: primeiro-ministro admitiu que, como indicam as pesquisas de intenções de voto, os resultados poderiam não ser tão claros (Adem Altan/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2015 às 12h09.
Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido e líder conservador, David Cameron, insistiu nesta quarta-feira que seu partido ainda pode obter maioria nas eleições de amanhã, mas abriu a porta para voltar a trabalhar em coalizão.
"Ainda luto por uma maioria. Podemos conseguir uma maioria suficiente que dê ao Reino Unido um governo forte e estável", assegurou o chefe do Executivo durante um ato de campanha.
No entanto, Cameron admitiu que, como indicam as pesquisas de intenções de voto, os resultados poderiam não ser tão claros.
"Colocarei os interesses do país à frente", afirmou, e lembrou que já fez o mesmo em 2010, quando liderou o atual governo de coalizão com os liberais-democratas de Nick Clegg.
O líder "tory" já introduziu esta mensagem ontem quando perguntado pelos jornalistas sobre o que faria caso de não obtivesse uma maioria absoluta.
"Em 2010, pensei em primeiro lugar no país e formei uma coalizão. Fiz o correto para que o Reino Unido tivesse um governo sólido. Portanto sempre porei o país à frente", afirmou então.
O líder de Partido Liberal-Democrata -terceira força parlamentar-, Nick Clegg, indicou que negociaria tanto com "tories" como com trabalhistas se respeitarem alguns pré-requisitos, entre eles investir 8 bilhões de libras adicionais no serviço nacional de saúde e subir o salário dos funcionários com a inflação (agora em 0%).
Por sua vez, o líder trabalhista, Ed Miliband, advertiu hoje sobre o "enorme risco para as famílias trabalhadoras" que suporia uma nova coalizão entre conservadores e liberais, pois estes apoiaram os cortes dos últimos anos.
Em sua linha das últimas semanas, David Cameron disse hoje que uma possível aliança entre a formação de Miliband e o Partido Nacionalista Escocês (SNP) "colocaria graves questões de credibilidade".
"O SNP não quer que o Reino Unido seja um êxito, não querem que exista", disse o primeiro-ministro, que expressou seu "entusiasmo e paixão" por continuar liderando o país os próximos cinco anos.
As últimas enquetes situamaos conservadores e trabalhistas muito igualados em intenções de voto, com cerca de 34%, seguidos do eurofóbico UKIP, com cerca de 16%, e os liberais-democratas, com 9%.