David Cameron, quer investir 200 bilhões de libras em infraestrutura (Leon Neal/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2010 às 13h17.
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, comprometeu-se, nesta segunda-feira, a lutar pelo crescimento e ajudar as empresas a criarem empregos, menos de uma semana depois de anunciar o maior plano de corte de gasto público em décadas.
"De onde virá o crescimento, de onde virão os empregos?", questionou o premier em discurso na Confederação da Indústria Britânica (CBI), a principal organização patronal, ao expor uma nova estratégia para criar "um novo dinamismo econômico".
Cameron detalhou, perante os empresários, esta estratégia concentrada essencialmente no investimento em infraestrutura e na inovação, que será afinada nos próximos meses.
"Para imprimir o novo dinamismo na nossa economia, para criar crescimento, emprego e as oportunidades que a Grã-Bretanha precisa, devemos apoiar as grandes empresas do amanhã, não só as grandes empresas de hoje", explicou o primeiro-ministro.
"Nas próximas semanas e meses, os ministros desenvolverão planos detalhados para que esta estratégia passe para a ação", acrescentou.
Cameron anunciou, de entrada, um investimento de 200 milhões de libras (315 milhões de dólares) em quatro anos para a criação de Centros de Inovação Tecnológica.
Também informou sobre a publicação de "um plano detalhado que estabelece as necessidades da Grã-Bretanha em infraestrutura e como vamos desbloquear o equivalente a 200 bilhões em investimento público para cumpri-lo".
Estes anúncios acontecem poucos dias depois de a coalizão governamental de conservadores e liberal-democratas anunciar um drástico plano de redução do gasto público para economizar mais de 80 bilhóes de libras (126 bilhões de dólares) em quatro anos.
Segundo seus críticos, o plano, que exigirá também o corte de meio milhão de empregos no setor público - ao qual se poderá somar outro meio milhão na iniciativa privada - poderá ameaçar a frágil recuperação econômica e fazer a Grã-Bretanha mergulhar em uma nova recessão.
Em discurso no mesmo foro, o novo líder da oposição, Ed Miliband, considerou que o programa de cortes é uma "aposta arriscada" e insistiu em que não basta assumir que, depois da redução do déficit, "todo o resto fluirá".
"Temo que se trate de uma aposta arriscada do crescimento e do emprego", disse. "E mais importante ainda, não aborda os riscos mais profundos e os defeitos da nossa economia", acrescentou.