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Câmara dos EUA exige publicação na íntegra de relatório de Mueller

Há duas semanas, o procurador-geral dos EUA concluiu que não há provas sobre o envolvimento de Trump na ingerência russa nas eleições de 2016

Donald-Trump (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald-Trump (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2019 às 13h58.

Washington — A Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos autorizou nesta quarta-feira o envio de um requerimento judicial ao Departamento de Justiça para que este publique na íntegra o relatório do procurador especial Robert Mueller sobre os supostos laços entre a campanha do agora presidente Donald Trump e o governo da Rússia.

Após uma votação (24-17) na qual democratas e republicanos votaram separadamente, a comissão aprovou que seu presidente, o democrata Jerrold Nadler, envie a citação judicial ao Departamento de Justiça.

"Esta comissão tem um trabalho a fazer. A Constituição pede ao Congresso que responsabilize o presidente por suposta má conduta", disse Nadler.

O requerimento reivindicará ao procurador-geral dos EUA, William Barr, que publique todo o relatório de Mueller, não a versão editada que ele mesmo anunciou que divulgaria "em meados de abril".

Barr explicou na semana passada que editaria a informação que acredita que possa "comprometer potencialmente as fontes e os métodos" da coleta de informações ou que "infrinja indevidamente a privacidade pessoal, os interesses e a reputação de terceiros".

Os democratas e alguns republicanos do Congresso rejeitaram a ideia do procurador-geral e insistiram então na publicação do relatório "na íntegra".

Após a aprovação na Comissão de Justiça, Nadler também quer que as provas subjacentes recolhidas durante a investigação de Mueller sobre Trump, que durou 22 meses, sejam de domínio público.

Além disso, a comissão deu sinal verde para cinco citações dirigidas a ex-funcionários da Casa Branca: o ex-assessor de Trump Steve Bannon, o ex-chefe de gabinete de Trump Reince Priebus, a ex-diretora de Comunicação Hope Hicks, e o ex-advogado do escritório presidencial Donald McGahn e sua chefe de gabinete Annie Donaldson.

Há duas semanas, Barr explicou em carta ao Congresso que as investigações de Mueller concluíram que ninguém da campanha de Trump, nem o próprio presidente, conspiraram com as autoridades russas na campanha para as eleições de 2016 para prejudicar a candidata democrata, Hillary Clinton.

Não obstante, sobre a questão envolvendo obstrução de Justiça, a outra acusação possível, o relatório do procurador especial "não conclui que o presidente cometeu um crime, (mas) também não o inocenta".

Nos últimos dois anos, Trump insistiu que a investigação era uma "caça às bruxas" acionada pela oposição democrata e negou o tempo todo a existência de um complô na campanha das eleições de 2016 entre sua equipe e o governo russo para ajudá-lo a ganhar, prejudicando a candidatura de Hillary Clinton.

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