Redação Exame
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 20h25.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, na noite desta sexta-feira, 20, um pacote de financiamento emergencial que mantém o governo em operação até meados de março. A decisão, tomada poucas horas antes do prazo final para evitar uma paralisação geral, obteve 366 votos a favor e 34 contra.
O projeto segue agora para o Senado, onde precisa ser ratificado antes de ser encaminhado ao presidente Joe Biden. Em comunicado enviado à Bloomberg, a Casa Branca afirmou que Biden já sinalizou que assinará a medida, caso seja aprovada. A urgência do momento foi sublinhada pela notificação enviada a funcionários federais, alertando-os sobre possíveis suspensões de pagamento e serviços em caso de shutdown.
A votação ocorre após dois dias de intensas negociações, durante os quais propostas anteriores do presidente da Câmara, Mike Johnson, fracassaram.
A reviravolta revelou tanto a influência de Donald Trump sobre os republicanos quanto os limites dessa liderança. Após Trump e Elon Musk criticarem publicamente um acordo bipartidário previamente negociado, parlamentares republicanos abandonaram a proposta. Contudo, uma alternativa mais alinhada às exigências de Trump — que incluía o aumento ou suspensão do limite da dívida nacional — também foi rejeitada por 38 conservadores dentro do partido.
O pacote aprovado não apenas evita a paralisação do governo, mas também inclui mais de 100 bilhões de dólares em ajuda para vítimas de desastres naturais e agricultores. Elon Musk, que inicialmente criticou o processo, elogiou o desfecho, descrevendo o novo projeto como uma solução “eficiente e simplificada”.
"O presidente da Câmara fez um bom trabalho, dadas as circunstâncias", comentou Musk em sua rede social, X (antigo Twitter). Pouco antes da votação, Johnson afirmou ter tido uma “excelente” conversa com o bilionário, indicando uma possível influência positiva na resolução do impasse.
https://x.com/elonmusk/status/1870236798267298044
Com o impasse temporariamente superado, a atenção se volta para o Senado, onde o ritmo de aprovação pode ser mais lento devido às regras regimentais. Apesar da crise evitada, as divisões dentro do Partido Republicano e as intervenções de figuras como Trump e Musk evidenciam desafios futuros para a governabilidade nos Estados Unidos.