Redator na Exame
Publicado em 24 de maio de 2024 às 15h39.
Última atualização em 24 de maio de 2024 às 16h29.
O extremo calor que cobre grande parte do México matou dezenas de pessoas em vários estados nas últimas semanas, conforme relatado pelo Ministério da Saúde do país. As informações são da Reuters.
Nos últimos dias, o México tem sofrido com um fenômeno climático de alta pressão conhecido como "cúpula de calor", que aprisiona o ar quente sobre grande parte do país, resultando em temperaturas recordes que ultrapassaram os 45 graus Celsius em algumas áreas.Entre os dias 12 e 21 de maio, 22 pessoas morreram devido ao calor extremo, de acordo com números preliminares compartilhados pelo Ministério da Saúde mexicano. Esse período de dez dias coincidiu com duas ondas de calor das cinco previstas entre março e julho pelas principais agências meteorológicas do país. A terceira onda de calor ainda está em andamento.
Com essas novas mortes, o número total de vítimas das temperaturas extremas desde o início da temporada quente, em 17 de março, chegou a 48, principalmente devido a golpes de calor e desidratação. No mesmo ponto das temporadas quentes de 2022 e 2023, o ministério havia registrado apenas duas e três mortes relacionadas ao calor, respectivamente.
Dados do Ministério da Saúde também mostram que centenas de pessoas sobreviveram a golpes de calor, queimaduras solares, desidratação e outras condições relacionadas ao calor.
O calor intenso tem exacerbado uma seca nacional e pressionado a rede elétrica do México, com relatos de macacos caindo mortos das árvores devido à desidratação suspeita. A previsão de alívio iminente ainda não está no horizonte, segundo pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México. Eles afirmaram na quarta-feira que o México poderia enfrentar as temperaturas mais altas já registradas nos próximos dez a 15 dias.
A situação no México é alarmante, com a "cúpula de calor" agravando uma série de problemas, desde a saúde pública até a infraestrutura, enquanto a população e as autoridades lutam para lidar com as consequências dessa intensa onda de calor.
A "cúpula de calor" é um fenômeno climático de alta pressão que aprisiona o ar quente em uma determinada região, resultando em temperaturas extremamente elevadas. Esse fenômeno ocorre quando uma área de alta pressão atmosférica fica estacionária, impedindo que o ar quente escape e permitindo que as temperaturas aumentem de forma significativa. A cúpula de calor pode durar dias ou até semanas, causando condições climáticas adversas, como secas e ondas de calor prolongadas.
Durante uma cúpula de calor, o ar quente fica preso próximo à superfície da Terra, aumentando as temperaturas diurnas e noturnas. Esse calor extremo pode sobrecarregar sistemas elétricos devido ao aumento do uso de ar-condicionado, afetar a saúde pública com o aumento de casos de desidratação e golpes de calor, e causar impactos negativos em ecossistemas locais, como a morte de fauna e flora. Em regiões urbanas, o efeito da cúpula de calor pode ser intensificado devido ao calor retido pelos edifícios e pavimentos.
Macacos bugios, ameaçados de extinção, têm caído mortos das árvores nas florestas tropicais do sudeste do México nas últimas semanas, em meio a uma seca nacional e ondas de calor que elevaram as temperaturas em grande parte do país.
A imprensa mexicana relatou até 85 mortes de macacos nos últimos dias. O governo local afirmou a tendência de mortes, mas não confirmou o número exato. Grande parte das mortes aconteceu no estado de Tabasco, no sudeste do México.
Em um comunicado no fim de semana, a agência de Proteção Civil de Tabasco atribuiu as mortes à desidratação. Três municípios de Tabasco tiveram mortes de macacos bugios confirmadas.