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Cachoeira comparece à CPI mas não responde perguntas

Cachoeira usou seu direito de permanecer calado até se declarar para um juiz, o que será feito em 30 de maio

Carlinhos Cachoeira: ''Fui aconselhado pelo meu advogado a não dizer nada'' (José Cruz/Agência Brasil)

Carlinhos Cachoeira: ''Fui aconselhado pelo meu advogado a não dizer nada'' (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2012 às 20h22.

Brasília - O empresário acusado de envolvimento com o jogo ilegal, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, compareceu nesta terça-feira à CPI criada para investigar esquemas de corrupção comandados por ele, mas se negou a fazer declarações e a responder perguntas.

O contraventor estava acompanhando de seu advogado e ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos. Cachoeira usou seu direito de permanecer calado até se declarar para um juiz, o que será feito em 30 de maio.

Acusado de corrupção, fraude, associação para o crime e evasão fiscal, entre outros crimes, Carlinhos Cachoeira está preso desde fevereiro na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.

''Fui aconselhado pelo meu advogado a não dizer nada'', declarou o empresário no começo da sessão, quando ele utilizou apenas alguns segundos dos 20 minutos que tinha direito para se pronunciar.

Esta foi a mesma resposta que ele deu para cada uma das perguntas feitas durante quase duas horas pelos parlamentares presentes na CPI, que investiga os supostos negócios do empresário com os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, de Goiás, Marconi Perillo, e com autoridades policiais de várias regiões do país.


Cachoeira também não respondeu quando foi perguntado sobre suas ligações com o senador Demóstenes Torres, que deixou o partido Democratas devido às acusações de corrupção e que enfrenta um processo de cassação.

Cachoeira irritou vários parlamentares com seu silêncio, mas se manteve firme, enquanto Márcio Thomaz Bastos concordava com a cabeça a cada recusa.

Após quase duas horas de perguntas sem respostas, a senadora Katia Abreu propôs a suspensão da sessão, que classificou como ''ridícula''. A proposta foi aceita e a comissão concordou em convocar Cachoeira em junho, após ele falar ao juiz.

Entre as dúvidas que ficaram no ar, estão as relações do contraventor com a construtora Delta, que venceu contratos milionários em diversos estados, principalmente no Rio de Janeiro, cidade que está se preparando para ser uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 e para receber os Jogos Olímpicos de 2016.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, é outro político que mantém estreitas relações com os diretores da construtora, e suspeita-se de que ele poderia estar envolvido no esquema de corrupção engendradro por Cachoeira.

As autoridades suspeitam que a Delta servia para lavar o dinheiro da máfia do jogo e por meio de contatos políticos obtinha vantagens em licitações públicas.

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