Um caça russo em performance num show aéreo em Moscou, 14 de agosto, 2011 (Dmitry Kostyukov/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2014 às 22h11.
Dois caças russos MiG-35 entraram na zona de identificação de defesa aérea americana sobre o Alasca na quarta-feira passada, e foram interceptados por aviões de Estados Unidos e Canadá, informaram funcionários do Pentágono.
Os aparelhos russos abandonaram a área sem incidentes, disse à AFP um oficial.
"É a primeira vez, em muito tempo", que aviões militares russos entram nesta área, destacou o funcionário.
Em nenhum momento, os dois aviões russos entraram no espaço aéreo dos Estados Unidos ou do Canadá, disse à AFP o major Jamie Humphries, porta-voz do Comando de Defesa Aérea da América do Norte (Norad).
Os dois caças acompanhavam dois aviões de abastecimento e dois bombardeiros estratégicos.
Na quinta-feira, em outro incidente na mesma região, dois bombardeiros estratégicos sobrevoaram a zona de identificação de defesa aérea do Canadá, e foram interceptados por dois caças F-18 canadenses, abandonando a área em seguida.
As "zonas de identificação de defesa aérea" (ADIZ) vão além do espaço aéreo do país e constituem uma barreira de alerta para potenciais ameaças, mas não fazem parte dos tratados internacionais e nem são reguladas pela lei internacional.
Os voos dos aviões russos coincidem com a visita a Washington do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que denunciou a intervenção militar da Rússia em seu país.
Mas o porta-voz do Pentágono, contra-almirante John Kirby, disse que não há indícios de um vínculo entre a visita de Poroshenko e os incidentes.
"Já enfrentamos este tipo de incidente no passado. Tomamos isto com muita, muita seriedade, mas de modo rotineiro os interceptamos (os aviões)", disse Kirby à rede de televisão CNN.
"Faremos com que a Rússia conheça nossas intenções, como sempre fizemos, e certamente discutiremos nossas preocupações com eles no momento e local apropriados".
Não está claro se os aviões russos realizavam os exercícios anunciados por Moscou no extremo oriente, a partir das áreas de treinamento naval da região de Kamchatka.
O exercício Vostok-2014 teve início na sexta-feira passada e deve prosseguir até 25 de setembro, com a participação de 100.000 soldados e 120 aviões, segundo o ministério da Defesa russo.