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Caça F-16 cai na Ucrânia e marca revés na guerra contra a Rússia; entenda

Avião de combate foi doado pelos Estados Unidos e uma comissão especial foi criada para investigar as possíveis causas de sua queda

F-16 é uma importante aeronave para as intenções ucranianas contra os russos na guerra. (AFP/AFP)

F-16 é uma importante aeronave para as intenções ucranianas contra os russos na guerra. (AFP/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 07h32.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 09h15.

Na segunda-feira, 26, um caça F-16 ucraniano caiu durante uma missão para interceptar mísseis e drones russos, no que foi uma das maiores ofensivas aéreas de Moscou desde o início da invasão em larga escala. A confirmação da queda do F-16 marca a primeira perda desse tipo de aeronave desde que os Estados Unidos e aliados da OTAN começaram a fornecer os aviões para a Ucrânia, conforme anunciado pelo presidente Volodymyr Zelenskyy no início deste mês. As informações são do Financial Times.

Além da perda do F-16, a Ucrânia lamenta a morte do tenente-coronel Oleksiy Mes, um dos principais pilotos de combate do país. Mes foi abatido enquanto tentava repelir o ataque aéreo russo, que teve como alvo a infraestrutura de energia em 15 regiões ucranianas.

Contexto da operação

O F-16, recentemente entregue à Ucrânia, estava envolvido em uma missão ao lado de unidades de mísseis antiaéreos para conter um ataque de mísseis russos. Durante a operação, o contato com a aeronave foi perdido, e mais tarde foi confirmado que o caça havia caído e o piloto falecido.

Uma comissão especial com Ucrânia e EUA trabalha para investigar as possíveis causas do acidente, que vão desde erro do piloto, falha mecânica, até fogo amigo. Fontes indicam que a aeronave não foi abatida por fogo inimigo, mas as investigações continuam.

"Garanto que uma análise detalhada já sendo feita, uma investigação está em andamento", escreveu o chefe da Força Aérea ucraniana, Mikola Oleshchuk em sua conta no Telegram, dizendo que havia recebido um "relatório preliminar" sobre o que aconteceu por parte dos EUA, que "já se uniram à investigação das causas".

O chefe do Exército também respondeu à deputada ucraniana Mariana Bezugla, que afirmou em suas redes que o F-16 foi abatido por fogo amigo ucraniano enquanto participava da interceptação do ataque maciço de mísseis e drones da Rússia contra a Ucrânia na segunda-feira passada.

"É claro que estabeleceremos as causas do desastre aéreo. Ninguém escondeu nada nem está escondendo nada", comentou Oleshchuk, que acusou Bezugla de usar a tragédia para "desacreditar" o Exército ucraniano.

"Mais uma vez, você só jogou lama em mim, pessoalmente, e na Força Aérea. Você desacreditou os fabricantes de armas americanos, o principal aliado da Ucrânia, os Estados Unidos", acrescentou Oleshchuk.

Os ataques russos concentraram-se em infraestrutura crítica de energia, causando blecautes generalizados em várias partes do país. Embora dezenas de projéteis russos tenham sido interceptados, alguns conseguiram atingir seus alvos, exacerbando as já severas dificuldades energéticas em Kiev e outras regiões.

Relevância do F-16

A queda do F-16 representa um duro golpe para a Ucrânia, que passou os últimos dois anos buscando o apoio de aliados ocidentais para fortalecer sua capacidade aérea com essas aeronaves avançadas. Até agora, países da OTAN, incluindo Bélgica, Dinamarca, Países Baixos e Noruega, prometeram o envio de 80 aviões para a Ucrânia, dos quais cerca de 10 já foram entregues.

Esses jatos, embora poderosos, não são considerados transformadores no contexto do conflito. No entanto, em conjunto com sistemas de defesa aérea ocidentais, como os mísseis Patriot, os F-16 têm o potencial de melhorar a proteção do espaço aéreo ucraniano contra ataques russos, fornecer cobertura aérea para as tropas na linha de frente e atacar alvos em solo.

A morte de Oleksiy Mes, cujo indicativo de chamada era "Moonfish", simboliza uma perda significativa não apenas por sua habilidade como piloto, mas também por seu papel fundamental na obtenção dos F-16 para a Ucrânia. Ele foi um dos primeiros pilotos ucranianos a treinar com os F-16 e esteve ativamente envolvido nos esforços diplomáticos para garantir a transferência dessas aeronaves ao visitar os Estados Unidos em 2022.

Com informações de Agência EFE

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