O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, jogou a culpa da bolha imobiliária no Congresso (Tom Pennington/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2010 às 14h10.
Washington - O ex-presidente norte-americano George W. Bush afirmou nesta quarta-feira que tem a "consciência tranquila" sobre o reconhecimento de problemas que levaram à crise financeira e culpou o Congresso por bloquear suas tentativas de lidar com ela.
Bush, que inicialmente preferiu se manter distante da mídia após deixar a Casa Branca, tem dado uma série de entrevistas para promover sua autobiografia, lançada recentemente e que tem o título "Decision Points (momentos de decisão).
Em uma entrevista ao vivo com Matt Lauer, no programa "Today", da NBC, Bush afirmou que seu governo percebeu que havia um problema com as empresas hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e que as duas gigantes "estavam fazendo investimentos de risco".
"E, portanto, pedi uma regulação para essas duas entidades, mas fui impedido todas as vezes por poderosas forças no Capitólio", disse Bush.
"Não há dúvidas de que a bolha imobiliária foi causada por políticas do governo e que isso é o resultado de pessoas no Congresso que se recusaram a controlar a Fannie e a Freddie. Então minha consciência está tranquila quando chegou a hora de reconhecer um problema iminente."
Em 2008, Bush tornou lei um vasto pacote de ajuda, em parte destinado a estabilizar as companhias de hipotecas e aumentar a supervisão sobre elas. Por anos, sua administração defendeu que as empresas tivessem um papel menos importante, alegando que a gerência delas sobre trilhões de ativos arriscava demais o sistema financeiro dos Estados Unidos.
Bush brincou, dizendo que os cortes de impostos, que estão sendo combatidos neste momento no Capitólio, provavelmente teriam uma chance maior de serem aprovados se não estivessem sendo chamados pelo seu nome.
"É muito ruim que eles chamem de cortes de impostos do Bush. Eles talvez tivessem uma maior chance de passar se fossem chamados cortes de impostos do Lauer," disse, referindo-se ao sobrenome do entrevistador.
O ex-presidente afirmou que não planeja voltar a ficar sob os holofotes. "Depois de vender este livro, volto para o subterrâneo", disse.