As paredes e o teto do bunker também precisam ter no mínimo 30 centímetros de concreto maciço (JACK GUEZ/AFP)
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2023 às 11h56.
Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 13h29.
Já são quatro dias de guerra entre Israel e o Hamas, que resultou até aqui na morte 1,77 mil pessoas, de acordo com o último balanço divulgado pelos dois lados do conflito.
Em Israel, são mil mortos e 2,7 mil feridos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 770 palestinos foram mortos e 4 mil estão feridos. Entre os mortos estão 140 crianças e 120 mulheres, disse um porta-voz do ministério. Além do balanço oficial, um porta-voz das forças militares israelenses afirmou que 1,5 mil corpos de integrantes do Hamas foram encontrados dentro do território de Israel.
Embora o número de mortos em Israel seja superior ao de Gaza, os israelenses podem estar mais preparados para a guerra. Isso porque o país tem mais de um abrigo anti-bombas (conhecidos como bunkers) para cada dez habitantes, com cerca de 1,5 milhão de estruturas do tipo, segundo o Ministério de Defesa israelense.
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Desde o início da guerra, milhares de cidadãos — inclusive brasileiros — buscaram abrigo nos bunkers. Eles existem no país justamente por causa do histórico de guerras de Israel, e foram se "reproduzindo" graças a uma lei de defesa civil, criada em 1951, que exige que todas as construções tenham locais anti-bombas.
Em geral, as estruturas são como um quarto comum, com algumas especificações para que o local se torne um abrigo seguro. A porta precisa ser reforçada, de metal, e o local precisa ter suprimentos e um bom sistema de ventilação.
As paredes e o teto do bunker também precisam ter no mínimo 30 centímetros de concreto maciço.
Segundo a rede Al Jazeera, o grupo armado palestino Hamas lançou a “Operação Al-Aqsa Flood”, em defesa da mesquita de Al-Aqsa”. O complexo que fica em Jerusalém é foco histórico de tensão entre israelenses e palestinos.
Os muçulmanos chamam a região, que também inclui o santuário da Cúpula da Rocha (ou Domo da Rocha), de Haram al-Sharif, ou "Santuário Nobre". Os fiéis crêem que o profeta Maomé viajou de Meca até a mesquita em uma noite para orar antes de ascender ao céu.
Já os judeus chamam o local de Monte do Templo, e o consideram sagrado, pois é onde ficavam dois templos antigos importantes para a religião, destruídos pelos romanos no ano 70 d.C. O único vestígio deles é o Muro das Lamentações.
O grupo palestino Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.
No Brasil, apenas os grupos designados como "terroristas" pela ONU recebem essa classificação. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.
Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.
Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.