O ministro do Planejamento, Julio De Vido: ''A troca comercial entre Argentina e China cresceu quase 500% em oito anos'' (©AFP/Arquivo / str/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 20h45.
Pequim - O ministro de Planejamento, Investimento Público e Serviços argentino, Julio de Vido, tentou captar nesta quinta-feira na China investidores que apostem no ambicioso plano energético de seu país, que inclui a construção de um grande complexo hidrelétrico em 2013 e de dois reatores nucleares.
Em seu primeiro dia em Pequim, De Vido se dedicou a apresentar aos possíveis investidores o projeto hidráulico das duas represas ''Néstor Kirchner e Governador Jorge Cepernic'', que ficarão na província centro-sul de Santa Cruz e para as quais buscam participação estrangeira.
Apesar de a participação ser oferecida a ''todo mundo'', a Argentina configurou uma rota por Brasil, China e Rússia para que De Vido apresente o projeto pessoalmente, o que mostra o esforço do país em um momento difícil para outras economias como Estados Unidos e Europa.
''A troca comercial entre Argentina e China cresceu quase 500% em oito anos. É um claro indicador da política de ambos. Temos muitas expectativas'', declarou o ministro para uma sala repleta.
Em Pequim, a recepção foi boa, em relação ao número de investidores presentes na apresentação e ao número de reuniões estipuladas durante a mesma.
Apesar de uma apresentação que pretendeu ser clara e destacar o próspero crescimento econômico da Argentina, alguns presentes mostraram suas dúvidas sobre certos aspectos técnicos.
Não apenas o setor hidráulico está na agenda do ministro em Pequim, mas também o nuclear. Amanhã, De Vido tentará fechar um acordo pelo qual se formará um grupo de trabalho com um ou vários parceiros chineses para participar da construção do quarto e quinto reator de energia nuclear da Argentina.
De Vido continuará amanhã com outras reuniões, entre elas, com representantes da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, cujo ''apoio'' é especialmente relevante para o novo projeto hidráulico da Argentina, ''um dos maiores do mundo e o mais relevante no hemisfério sul atualmente''.
As duas represas pretendem responder à crescente demanda de energia da população argentina, e contarão com um orçamento de quase US$ 5 bilhões.
Algumas firmas brasileiras já se mostraram interessadas em contribuir para este projeto, como também as chinesas, cuja importância foi especialmente destacada pelo ministro.