Venezuela: país latino-americano está mergulhado em uma crise política (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 20h09.
As eleições para governadores na Venezuela, previstas para 15 de outubro, devem ser "livres, justas e transparentes", declarou nesta terça-feira o comissário europeu para Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, no momento em que o país latino-americano está mergulhado na crise política.
"É de importância crucial que as futuras eleições regionais sejam livres, justas e transparentes em aspectos como inscrição dos candidatos, campanhas eleitorais e a própria votação", disse Stylianides na Eurocâmara em Estrasburgo.
O Conselho Nacional Eleitoral anunciou na segunda-feira que "as eleições de governadores" nos 23 estados do país "serão realizadas no domingo, 15 de outubro".
A Assembleia Constituinte, que dirige a Venezuela como um suprapoder e é rejeitada pela oposição, decidiu antecipar as eleições de governadores de dezembro para outubro, mas sem fixar uma data.
A princípio, a eleição estava marcada para dezembro de 2016, mas foi adiada - sem justificativa - pelo CNE, acusado pela oposição de servir ao governo do presidente Nicolás Maduro.
Em um debate sobre a Venezuela, o representante da Comissão destacou a vontade da UE de apoiar um processo de mediação para garantir uma saída "democrática e sem violência para a crise", e exigiu a libertação dos presos políticos e a abertura dos canais humanitários.
"As ameaças contra os principais líderes da oposição (...) constituem grandes obstáculos para uma solução pacífica e negociada", destacou o comissário, em referência ao presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, a ex-procuradora-geral Luisa Oterga e Lilian Tintori, mulher do líderopositor Leopoldo López.
O comissário europeu reafirmou que a UE não reconhecerá a Assembleia Constituinte, que "de fato está substituindo um Parlamento legítimo, em uma situação que precisa acabar".
Representantes dos grupos parlamentares de direita, liberal e social democrata defenderam a adoção de sanções contra altos dirigentes venezuelanos.
Christos Stylianides declarou que a Comissão analisa a possibilidade de adoção de "medidas concretas", mas no momento aposta mais na mediação.