O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger: os biocombustíveis de origem alimentar não poderão superar o teto de 5% até 2020, segundo a proposta (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 12h25.
Bruxelas - A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira uma reorientação de sua política em termos de biocombustíveis para reduzir o impacto negativo na produção alimentar.
Bruxelas quer impor um teto aos biocombustíveis de "primeira geração", ou seja os produtos derivados de cultivos alimentícios (trigo, milho, beterraba, etc) para estimular o setor a desenvolver biocombustíveis com base em outras matérias-primas, como os resíduos e a palha.
Os biocombustíveis de primeira geração, que representam atualmente 4,5% do consumo de energia do setor de transportes na União Europeia (UE), não poderão superar o teto de 5% até 2020, segundo a proposta.
O objetivo global de alcançar 10% de energia renovável no setor de transportes até 2020 segue, no entanto, inalterado.
"O objetivo de restringir a conversão de terras em cultivos destinados à produção de biocombustíveis e aumentar os efeitos benéficos no clima dos biocombustíveis utilizados na União Europeia", afirma a comissão em um comunicado.
"Esta proposta estimulará a produção dos biocombustíveis com melhores efeitos", afirmou o comissário europeu de Energia, o alemão Günther Oettinger.
Ao conter o desenvolvimento dos biocombustíveis produzidos a partir de cultivos alimentícios, Bruxelas pretende reduzir as interferências na produção mundial de alimentos.