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Brics cogitam comprar dívida da zona do euro

Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul articulam o aumento das compras de títulos em euros em esforço para amenizar a crise da dívida na Europa

Cúpula dos Brics na China: para emergentes, uso da força na Líbia deve ser evitado (Getty Images)

Cúpula dos Brics na China: para emergentes, uso da força na Líbia deve ser evitado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 20h27.

Brasília - Os países do Brics estão em conversas iniciais a respeito de um aumento das compras de títulos denominados em euros em um esforço para amenizar a crise da dívida na Europa, afirmou uma fonte do governo brasileiro nesta terça-feira.

As conversas ainda estão em "estágio preliminar", disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as conversas ainda estão acontecendo. A fonte disse que qualquer ação não envolveria "a maioria" das reservas dos países, mas não deu detalhes adicionais.

O Brics é formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Outra fonte do governo disse que o Brasil não pretende usar as reservas internacionais, hoje em torno de 355 bilhões de dólares, para comprar títulos da dívida europeia, mas poderia utilizar o Fundo Soberano do Brasil, que em tese pode "correr mais riscos" .

Em agosto, segundo dados publicados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o fundo tinha patrimônio líquido de 15,374 bilhões de reais. Desse total, no entanto, quase 85 por cento estão aplicados em ações da Petrobras e do Banco do Brasil, posições que o governo não tem interesse de se desfazer.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os ministros de Finanças e os presidentes de bancos centrais do Brics vão discutir a crise da zona do euro num encontro em 22 de setembro em Washington.

"A gente vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega a jornalistas em Brasília.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega quer, antes do encontro da próxima semana, conversar com seus pares dos países do Brics para afinar as eventuais propostas que possam ajudar a zona do euro, informou nesta terça-feira uma fonte próxima ao assunto.

O jornal Valor Econômico informou nesta terça-feira que as compras poderiam ser limitadas a dívida de países europeus financeiramente mais sólidos.

A segunda fonte pôs em dúvida a habilidade do Brics de coordenar um plano de assistência. "Como é que vai se coordenar uma ação do Brics se lá na União Europeia não tem?", questionou a fonte.

A crise de dívida na zona do euro têm sacudido os mercados globais há mais de um ano, com o aumento das especulações recentemente de que a Grécia poderia declarar moratória ou mesmo deixar o bloco monetário, formado por 17 países.

Os bancos centrais de Brasil e África do Sul não comentaram o assunto.

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