Brexit: na próxima terça-feira, o Parlamento irá aprovar um novo acordo do Brexit (Toby Melville/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 10h47.
Londres - O ministro britânico de Economia, Philip Hammond, disse nesta sexta-feira que sair da União Europeia (UE) sem um acordo bilateral descumpriria o resultado do referendo de 2016, que determinou a vitória do Brexit..
Uma saída não negociada em 29 de março causará "transtornos muito significativos a curto prazo e um golpe importante à economia a médio e longo prazo", o que "iria contra o que o povo votou", declarou Hammond à "BBC Rádio 4" desde o Fórum Econômico de Davos (Suíça).
O ministro, do setor pró-europeu do Governo, lembrou que durante a campanha prévia ao referendo os partidários da saída asseguraram que o Reino Unido obteria um pacto com o bloco, que "esse acordo protegeria o emprego e a prosperidade e que a saída seria suave e ordenada para uma nova relação com a União Europeia".
"Está absolutamente claro que se não conseguirmos um acordo, isto não será assim", declarou.
Hammond insistiu que o dever do Governo da primeira-ministra, a conservadora Theresa May, é dar aos britânicos "o que foi prometido no referendo", no qual a saída do bloco ganhou por 52% contra 48%.
Hammond elogiou, além disso, as palavras "sábias" da rainha Elizabeth II, que em discurso na quinta-feira diante de uma associação feminina pediu que seja encontrado um "terreno comum" e "respeitado os diferentes pontos de vista", o que foi interpretado como uma mensagem diante da próxima votação sobre o "brexit".
Na terça-feira, a Câmara dos Comuns vota uma moção governamental "neutra" sobre a saída da UE, à qual os deputados de todos os partidos apresentaram várias emendas.
O resultado da votação determinará quais vias no processo do "brexit" contam com maioria parlamentar, depois da ampla rejeição em 15 de janeiro do acordo proposto pela primeira-ministra.
A titular de Trabalho, Amber Rudd, confirmou ontem à noite no espaço "Newsnight" da "BBC2" que pediu a May que permita o voto livre aos ministros sobre as emendas parlamentares, já que ela e outros colegas desejariam apoiar iniciativas para evitar um "brexit" sem acordo.
Hammond opinou hoje que a votação de terça-feira não será tão crucial como se fala, e antecipou que haverá mais oportunidades adiante para influenciar no processo.