Boris Berezovsky: polícia descreveu a morte do empresário de 67 anos como sendo "consistente com enforcamento", o que sugere um suicídio (Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 09h11.
Winsdor - O oligarca russo Boris Berezovsky, que morreu no fim de semana em uma mansão próxima a Londres, foi achado caído no chão do banheiro com "uma atadura em torno do pescoço", segundo depoimento prestado na quinta-feira ao inquérito judicial sobre o caso.
A polícia disse não haver sinal de luta, e descreveu a morte do empresário de 67 anos como sendo "consistente com enforcamento", o que sugere um suicídio.
Sem entrar em detalhes, o inspetor policial Mark Bissell disse na abertura da investigação que Berezovsky foi achado com uma atadura em volta do pescoço, e que um pedaço de um material semelhante estava enroscado no trilho do box, acima dele.
Berezovsky, que sobreviveu a anos de intrigas, disputas de poder e tentativas de assassinatos na Rússia, foi achado morto no sábado em Ascot, a oeste de Londres.
Questionado sobre o possível envolvimento de terceiros na morte, ele respondeu: "Isso não pode ser completamente eliminado".
Uma nova sessão do inquérito judicial ainda não foi marcada.
Berezovsky apadrinhou a ascensão de Vladimir Putin ao poder na Rússia, mas em 2000 os dois se tornaram inimigos, e o magnata fugiu para a Grã-Bretanha.
Pessoas próximas a ele afirmam que ele estava deprimido depois de perder no ano passado um processo judicial no valor de 6 bilhões de dólares contra outro oligarca russo, Roman Abramovich, quando uma juíza o humilhou publicamente dizendo que ele era uma testemunha que causa pouca impressão e que não tinha credibilidade.
Outros, no entanto, disseram desconfiar do relato oficial. "Se ele realmente se enforcou, por que isso não foi sabido desde o começo", disse o oposicionista russo Andrei Sidelnikov, que conhecia Berezovsky. "Não acredito que tenha sido suicídio." Na Rússia, o subprocurador-geral Alexander Zvyagintsev disse à imprensa estatal que o governo vai continuar os esforços para "trazer de volta bens que Berezovsky e seus cúmplices adquiriram criminalmente e legalizaram no exterior".