O ultradireitista assegurou que mantém contato com seguidores de mais de 20 países e que o volume de cartas é tão grande que ele não consegue colocá-las em dia (Odd Andersen/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2012 às 06h40.
Copenhague - O ultradireitista Anders Behring Breivik, que é julgado em Oslo pelos atentados de 22 de julho de 2011, nos quais morreram 77 pessoas, mantém contato postal com seguidores e simpatizantes políticos de todo o mundo.
"Trata-se de cartas com inequívocas declarações de apoio com os mesmos pontos de vista políticos do observado. São cúmplices políticos, usam a mesma linguagem e terminologia que ele", assinala o psiquiatra Terje Tørrissen no segundo estudo mental feito de Breivik, informa nesta quarta-feira o diário "VG".
No relatório, Tørrissen ressalta que alguns dos simpatizantes de Breivik "dizem se inspirar nele e contam que se tornaram mais extremistas por causa dos atos do observado".
As autoridades da penitenciária de Ila, ao oeste de Oslo e onde o fundamentalista cristão permanece enclausurado de forma preventiva há nove meses, confirmaram que Breivik recebe muitas cartas todos os dias.
O ultradireitista assegurou aos psiquiatras que mantém contato com seguidores de mais de 20 países e que o volume de cartas é tão grande que ele não consegue colocá-las em dia.
O diário "VG" reproduz ainda a entrevista feita com um jovem americano de 23 anos chamado Kevin, estudante da universidade católica Assumption College, em Massachusetts, que diz ter o "sonho" de conhecer Breivik.
"O que Breivik fez em Utoeya - a ilha onde cometeu o massacre de jovens trabalhistas - mostrou que ele é um patriota nacionalista racional que quer proteger a sua gente do islamismo, do multiculturalismo e do marxismo", avalia o jovem.
Em 22 de julho do ano passado, Breivik detonou uma caminhonete-bomba no complexo governamental de Oslo e logo depois se dirigiu a Utoeya, onde assassinou 69 pessoas, a maioria delas menores de 20 anos que participavam do acampamento da Juventude Trabalhista.
O objetivo era castigar o Partido Trabalhista, no poder na Noruega, por apoiar o "multiculturalismo" e permitir a "invasão" islâmica que "ameaça" a sobrevivência do povo norueguês, segundo declarou Breivik no julgamento, que hoje entra em seu terceiro dia.