Breivik: o ultradireitista qualificou os atentados de "barbárie", mas os justificou como resposta à política do Partido Trabalhista (Daniel Sannum Lauten/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 12h25.
Copenhague - O ultradireitista Anders Behring Breivik, autor confesso dos atentados do 22 de julho de 2011 na Noruega, defendeu nesta sexta-feira em sua declaração final, no julgamento em Oslo, sua sanidade e responsabilidade penal e ressaltou que só dois especialistas encontraram sintomas de que o norueguês pode ter um transtorno psicótico.
"Das 37 pessoas que me examinaram, 35 não encontraram nenhum sintoma. É evidente a quem se deve dar mais peso", afirmou Breivik, segundo a imprensa digital.
Breivik qualificou os atentados de "barbárie", mas os justificou como resposta à política do Partido Trabalhista. O ultradireitista acusa a formação política de tentar "destruir" o povo norueguês, a etnia nórdica e sua cultura, com seu modelo de sociedade multicultural.
O extremista de 33 anos acusou a elite política norueguesa de marginalizar os movimentos nacionalistas e conservadores e qualificou o sistema de antidemocrático.
Breivik também denunciou o que chama de "grave psicose cultural" da Noruega, e como exemplo citou que o país foi representado no festival de música Eurovision em duas ocasiões por jovens refugiados políticos de outros países.
Em protesto, vários familiares das vítimas dos atentados abandonaram em silêncio a sala antes que o criminoso começasse a falar.
O tribunal deverá decidir se considera Breivik responsável penal de acordo com as leis norueguesas. Em caso positivo, o terrorista seria condenado à prisão e, caso seja considerado que o réu sofre um transtorno psicótico, será internado em um hospital psiquiátrico.
A juíza principal, Wenche Elizabeth Arntzen, anunciou que a sentença será divulgada em 24 de agosto.