Pesquisadores analisam a substituição de combustível tóxico por etanol, na propulsão de foquetes (.)
Gabriela Ruic
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
São Paulo - O Programa FAPESP - Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), está desenvolvendo um estudo cujo objetivo é avaliar o uso do etanol e peróxido de hidrogênio como combustível líquido alternativo para a propulsão de foguetes. Atualmente, o combustível utilizado na movimentação de foguetes é à base de uma substância chamada hidrazina, altamente tóxica e nociva ao meio ambiente.
De acordo com José Miraglia, professor da Faculdade de Tecnologia e Informação (FIAP) e engenheiro que lidera o estudo, a hidrazina não é uma tecnologia desenvolvida no Brasil, o que a torna cara. Em contrapartida, combustíveis à base de etanol e peróxido de hidrogênio "são renováveis,"verdes" e de produção 100% nacional".
A primeira fase do projeto pretendia avaliar o desempenho deste combustível "verde" em propulsores de foguetes de 10 newtons (N), utilizados para controlar a altitude e o posicionamento de satélites. "Em comparação à hidrazina, o etanol peróxido, é mais eficiente e mais seguro. Ou seja, o combustível é viável tecnicamente", explica o professor.
Os resultados positivos permitiram que o projeto avançasse para uma segunda fase. O desafio será a utilização do etanol e peróxido de hidrogênio em propulsores de foguetes de até 1000 N. Esta fase está programada para se concluída em até dois anos e irá definir se a tecnologia desenvolvida poderá ser utilizada no Projeto Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA), coordenado pelo IAE, e que irá realizar experimentos em ambiente de microgravidade, altitude máxima de 300 km e período de órbita de 10 dias.
A Agência Espacial Europeia também estuda uma alternativa verde a hidrazina. Leia mais na matéria "ESA irá usar combustível verde em satélite"
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