Hidrelétricas continuam sendo aposta para gerar energia nos próximos anos (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Brasília - Com potencial para produzir mais de 260 gigawattz de energia por ano - só com força hidráulica - o Brasil tem hoje capacidade instalada que passa dos 110 GW/ano. O consumo do país corresponde a cerca de dois terços deste valor, mas tem margem reserva para operar em carga máxima.
"Só exploramos, por enquanto, 33% do potencial de produção energética do país e a maior parte da parcela a ser explorada encontra-se na região norte", afirma Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisas Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia. Apesar de distante dos centros de consumo, Tolmasquim garante que a energia chega ao consumidor com preços competitivos.
O secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energias, Altino Ventura Filho, garante que no Brasil há fontes de energia renovável que podem suprir a demanda nacional pelos próximos 30 anos. "O Brasil é auto-suficiente na produção de energia e está à frente de todo o mundo quando se fala de fontes renováveis", assegura Ventura.
Nos últimos anos, a carga energética do Brasil cresce uma média de 5% ao ano. "Reflexo do crescimento do país", explica o especialista em políticas de energia Ivan Camargo, da Universidade de Brasília. "Muitas discussões giram em torno na questão do impacto ambiental, mas é necessário ter em mente que deixar de gerar energia e de ampliar a geração de energia não é uma opção. Ela dá condições para o país crescer", avalia Camargo.
Energias alternativas
A energia eólica e a produzida a partir da biomassa não conseguem se sustentar sozinhas e precisam de fonte complementar. Por enquanto, a fonte mais significativa de energia no Brasil é a hidráulica - é a responsável por quase 90% da energia produzida - e "deve-se continuar investindo nela", segundo Maurício Tolmasquim.
No entanto, há posição positiva quando se fala em usar energia eólica e de biomassa num futuro próximo. "Ano passado fizemos um leilão de usina eólica e conseguimos preço competitivo", declara Ventura.
O secretário também prevê um aumento na produção de etanol e açúcar, que vai resultar em mais bagaço de cana - matéria-prima nas usinas que transforma biomassa em energia elétrica. "O crescimento do cultivo não vai se chocar com o ecossistema amazônico, pois o plantio será feito em áreas próprias para a agricultura", garante.
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