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Brasil será 5º maior mercado consumidor em 2020, diz Mantega

Em contrapartida, o ministro da Fazenda afirmou que o mercado europeu continuará estagnado nos próximos anos


	Mantega: "o Brasil reúne as condições para continuar crescendo apesar da crise", garantiu o ministro ao empresariado francês
 (Valter Campanato/ABr)

Mantega: "o Brasil reúne as condições para continuar crescendo apesar da crise", garantiu o ministro ao empresariado francês (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 11h16.

Paris - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que a economia do Brasil está acelerando no segundo semestre, que vai continuar crescendo e que em 2020 o país será um dos maiores mercados consumidores do mundo.

"Em 2020 o Brasil será o quinto maior mercado consumidor do mundo", afirmou Mantega em entrevista coletiva em Paris ao fim de um encontro com presidentes e altos diretores de 14 transnacionais francesas interessadas no Brasil.

O ministro deu como certo que a economia europeia vai continuar permeada pela crise do euro e que "é preciso se pensar em dois ou três anos para sair desse problema".

"O mercado europeu vai continuar estagnado nos próximos anos", disse após enumerar uma série de questões que ainda estão pendentes e com prazos de ativação que os países da moeda única enfrentam, como o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e a união bancária, o que em sua opinião gera incerteza e dificulta a recuperação.

Mantega, que ontem se reuniu com o titular de Finanças da França, Pierre Moscovici, contou que o francês havia mostrado "interesse em que as coisas avancem", mas insistiu nas diferenças de interesses entre os europeus.

De qualquer forma, afirmou que tinha explicado aos empresários franceses "por que o Brasil reúne as condições para continuar crescendo apesar da crise", particularmente graças a uma "base sólida" que não existiria nem na Europa nem nos Estados Unidos, influenciados pelos problemas de déficit.

Essa base - argumentou - dão margem para realizar programas de infraestrutura com os ajustes de custos.


Mas, sobretudo, insistiu que o Brasil tem "um mercado interno que não para de crescer" com "uma classe média que cresce" e continuará crescendo.

O ministro reconheceu que os responsáveis das multinacionais francesas tinham perguntado pelos custos trabalhistas e que ele havia detalhado que embora os salários estejam aumentando, "estamos reduzindo o custo da mão-de-obra".

Negou que haja riscos inflacionários e afirmou que estão "equivocadas" as previsões dos que preveem que as metas de inflação do Banco Central não serão cumpridas.

O ministro brasileiro reprovou a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos da semana passada de comprar massivamente a dívida imobiliária, que prejudica países emergentes como o Brasil, em particular pelo impacto que tem sobre a taxa de câmbio entre o dólar e o real.

Estimou que esse dispositivo monetário dos EUA ocorre porque esse país não tem margem fiscal, mas preveniu que esse tipo de medida "vai perdendo eficácia" porque acabam causando movimentos de fluxos financeiros rumo aos países emergentes.

Mantega manifestou sua esperança de que depois das eleições americanas, Washington inicie uma política fiscal para estimular a atividade e o consumo. 

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