Para o diretor do departamento de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, é preferível estender Kioto com um menor número de signatários que acabar sem um acordo de metas obrigatórias e vinculativos para os países ricos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 20h58.
Brasília - O Brasil defenderá na Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP17), que será realizada em Durban, na África do Sul, a prorrogação do Protocolo de Kioto até 2020 e, de forma paralela, a adoção de metas voluntárias de redução de emissões de gases do efeito estufa por parte dos países emergentes.
O diretor do departamento de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, André Aranha Correa do Lago, disse nesta quarta-feira em entrevista coletiva que é preferível estender Kioto com um menor número de signatários que acabar sem um acordo de metas obrigatórias e vinculativos para os países ricos.
O Protocolo de Kioto, único acordo vinculativo para diminuir as emissões causadoras do efeito estufa, entrou em vigor em 2005 e expira no final de 2012.
"Nenhum país quer sair de Kioto para fazer mais. Queremos manter viva a ideia que há um acordo no qual os países desenvolvidos têm obrigações", acrescentou Correa do Lago.
O negociador disse que "se Kioto morrer, nunca mais vamos conseguir fazer com que os países assumam metas obrigatórias" e antecipou que Japão e Rússia provavelmente rejeitarão a extensão do Protocolo para uma segunda fase.
Para o diplomata, seria aceitável conseguir o compromisso da União Europeia e de outros países desenvolvidos que concentram cerca de 15% das emissões de gás carbônico.
Correa do Lago garantiu que o Brasil procura um "acordo equilibrado" em Durban, no qual os países emergentes também mantenham compromissos voluntários de redução de emissões nos próximos oito anos e no qual se renovem todas as promessas da COP16, realizada no ano passado na cidade mexicana de Cancún.
Se na COP17, que será realizada em Durban de 28 de novembro a 9 de dezembro, não for estabelecido um acordo para a renovação, não haverá tempo de ratificar um novo tratado antes de dezembro de 2012, segundo o diplomata.