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Brasil pede que AL mantenha aposta de reduzir desigualdade

"O Brasil se transformou em um exportador de tecnologias sociais e deseja compartilhar essa experiência com a região", disse Neri antes de viajar rumo a Lima


	"Há várias dimensões da pobreza", afirmou o ministro, que como exemplo de outros indicadores sociais que melhoram no Brasil citou a mortalidade infantil, que na última década caiu 48% no país
 (©AFP/Arquivo / Pedro Ladeira)

"Há várias dimensões da pobreza", afirmou o ministro, que como exemplo de outros indicadores sociais que melhoram no Brasil citou a mortalidade infantil, que na última década caiu 48% no país (©AFP/Arquivo / Pedro Ladeira)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 20h19.

Brasília - O ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil, Marcelo Neri, que participará do Fórum Econômico Mundial para a América Latina nesta semana em Lima, disse que seu país pedirá que a região siga apostando em planos que permitam reduzir as desigualdades.

"O Brasil se transformou em um exportador de tecnologias sociais e deseja compartilhar essa experiência com a região", disse Neri à Agência Efe antes de viajar rumo a Lima para a reunião que começará amanhã.

Segundo Neri, assim como ocorreu no Brasil, durante a última década os países da América Latina iniciaram, embora com intensidades diferentes, um firme processo de combate à miséria e redução das desigualdades, que deve ser mantido e aprofundado.

No caso do Brasil, Neri afirmou que esses planos permitiram que cerca de 40 milhões de pessoas se incorporassem à classe média desde 2003.

Neri especificou que esses cálculos se apoiam fundamentalmente no aumento de renda para essas pessoas, mas admitiu que o salto social gera novas demandas em diversas questões, como acesso a uma melhor educação, infraestruturas e mais cidadania.

Segundo o ministro, "a batalha pela manutenção dessa nova classe média vai ser no mercado de trabalho", que deve oferecer mais e melhores oportunidades, mas também será travada no terreno da educação.

Neri explicou que, no caso do Brasil, os programas de distribuição de renda fortaleceram a demanda interna e o mercado de trabalho, mas agora é preciso dotar os trabalhadores de uma formação mais qualificada para consolidar o processo de redução da miséria e as desigualdades.


"Falta dar mais qualidade à educação" aos que permanecem ainda na pobreza e também a essa classe média emergente que reivindica melhores infraestruturas em setores como os de habitação, serviços e transportes, entre outros.

Nesse sentido, Neri reconheceu além disso que a "fotografia social do Brasil ainda não é boa", mas destacou que "todos os indicadores" melhoram e não só que os que fazem referência à renda.

"Há várias dimensões da pobreza", afirmou o ministro, que como exemplo de outros indicadores sociais que melhoram no Brasil citou a mortalidade infantil, que na última década caiu 48% no país.

Na opinião de Neri, a aposta na redução da desigualdade e no fortalecimento dos mercados internos deve ser mantida, inclusive, quando o crescimento "não for o esperado", como ocorreu em 2012 no Brasil, cuja economia expandiu apenas 0,9%.

"Houve uma desaceleração", mas os dados do Governo dizem que não chegou a afetar a população de forma direta, indicou Neri

Segundo o ministro, em 2012, assim como o crescimento diminuía, a renda per capita subiu no Brasil 5,1%, o investimento em planos de distribuição de renda aumentou ainda mais e a oferta de emprego se manteve em alta.

O ministro destacou que, nesse quadro, "as desigualdades que foram históricas" na sociedade brasileira somaram 12 anos "em queda" graças a uma "combinação de crescimento e luta contra a pobreza" que "deve continuar", ainda quando a expansão econômica seja menor do que a esperada, como ocorreu em 2012.

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