Patriota: o chanceler disse que eleições "livres e transparentes" constituem "um elemento fundamental" para verificar as práticas democráticas no Paraguai (Evaristo Sa/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 07h55.
Brasília - O governo do Brasil considerou nesta segunda-feira que "não é provável" o retorno do Paraguai à Unasul e ao Mercosul antes da realização de eleições presidenciais, previstas para abril de 2013.
O Paraguai foi suspenso dos dois organismos depois da destituição do agora ex-presidente Fernando Lugo, em junho passado.
Em apenas 30 horas, Lugo foi julgado e sentenciado pelo Parlamento paraguaio e acabou substituído por seu vice-presidente, Federico Franco, cujo Governo recebeu a rejeição dos países da região, que consideraram esta ação um ataque à democracia.
Em entrevista coletiva, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, afirmou que "nada indica" que os presidentes sul-americanos tomarão uma decisão "à revelia de fatos que corroborem a plena vigência da democracia".
Nesse sentido, especificou que eleições "livres e transparentes" constituem "um elemento fundamental" para verificar as práticas democráticas.
O chanceler brasileiro reiterou que não existe um impedimento legal que obrigue a aguardar a realização de eleições presidenciais para aprovar o retorno do Paraguai, mas insistiu que os líderes da região basearão sua decisão em "fatos".
"É encorajador que o calendário eleitoral tenha sido mantido, mas teremos que observar como se desenvolve o processo", disse Patriota em entrevista coletiva antes de reunir-se com o presidente do grupo de alto nível da Unasul criado para seguir a situação no Paraguai, o ex-mandatário peruano Salomón Lerner Ghitis.