Apagão na praia de Ipanema, Rio de Janeiro (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, afirmaram hoje que o País não passará por um novo racionamento de energia elétrica. Numa referência indireta ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e numa sinalização de que o tema será constante na campanha eleitoral deste ano, Lula e Dilma ressaltaram que o governo atuou de forma preventiva e planejou investimentos na área energética desde 2003. Eles participaram da cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica Euzébio Rocha, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dentro das instalações da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, na Baixada Santista (SP)
"Quando a gente vem aqui inaugurar uma usina termelétrica, estamos dizendo para o mundo que podem vir aqui fazer investimentos no Brasil porque vai ter energia suficiente", disse Lula. "Não vai mais ter apagão como tivemos em 2001", reiterou. O presidente explicou à plateia formada por trabalhadores da Petrobras que o racionamento de 2001 foi motivado pela ausência de linhas de transmissão para conectar a Região Sul ao Sudeste e Nordeste, e disse que esse problema foi resolvido durante o seu governo
"Agora, nós fizemos uma interconexão de linhas por todo o Brasil", afirmou. Lula fez apenas uma ressalva a respeito de sua promessa de que o País não sofrerá novamente com apagões elétricos. "Nunca mais a gente vai ter apagão neste País, a não ser que caia uma torre ou um negócio qualquer, e aí, com as intempéries, a gente não brinca", ponderou
O presidente não fez nenhuma referência ao problema das linhas de transmissão da Itaipu em novembro do ano passado, que causou um apagão em 18 Estados, mas atribuiu os problemas climáticos de uma forma geral, explicação oficial na época dada para o apagão, à "zanga de Deus". "Aí, é a zanga de Deus, e com a zanga de Deus a gente baixa a cabeça e faz as coisas certas para não errar outra vez.
Dilma
Durante discurso, a ministra Dilma Rousseff ressaltou que a termelétrica inaugurada hoje é parte integrante do PAC, cujo objetivo é "garantir que o nosso País possa crescer sem ter gargalos e obstáculos ao crescimento, como aqueles que ocorreram entre 2001 e 2002". "Por oito meses, o Brasil não tinha energia para abrir um único shopping center, uma única padaria, uma única loja, e tampouco fábricas", afirmou
A ministra contou que a termelétrica em Cubatão estava prevista desde 1995 e que uma das turbinas da usina foi comprada na época sem que a obra saísse do chão. "Nós sabemos que essa turbina, que estava comprada para a termelétrica que não estava feita, é uma das causas que levaram, em 2001 e 2002, ao um problema sério de energia.
Dilma atribuiu o investimento à vontade política do atual governo. "É importante a gente falar e deixar claro que obras como essa que estamos inaugurando não são obras quaisquer porque se fossem, em 1996 teriam feito. Se não fizessem em 1996, teriam feito em 1997, 1998 ou 1999, e não fizeram", declarou. De acordo com a ministra, na época, embora houvesse turbinas, não havia gás, e a ausência de um marco regulatório prejudicou a evolução de investimentos na área de energia no País. "No Brasil tinha isso também. Essa situação absolutamente estranha, em que faltava energia e não tinha para quem vender", afirmou, exaltando o marco do setor elétrico, criado durante o governo Lula
A ministra voltou a dizer que o PAC significou a retomada de investimentos na infraestrutura brasileira. "Quando você para de fazer uma coisa, você desaprende e perde direção e o horizonte. E em alguns momentos, se não se cuidar, perde-se até a esperança", afirmou. "É isso que o governo do presidente Lula mudou. Não só não perdemos a direção, como voltamos a planejar", disse a ministra, comparando o atual governo e o de Fernando Henrique à fábula da cigarra e da formiga. "Voltamos também a fazer e a tirar as coisas do papel. Esse País mudou e não vai mais voltar a ser um País estagnado.