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Brasil enviará diplomatas a Caracas, para reforçar suas embaixadas, da Argentina e do Peru

Brasília vai representar os interesses dos dois países na Venezuela, após expulsão de diplomatas

Protesto em Caracas contra a anunciada vitória de Maduro (Federico Parra/AFP)

Protesto em Caracas contra a anunciada vitória de Maduro (Federico Parra/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 1 de agosto de 2024 às 20h40.

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O Itamaraty enviará um grupo de três a quatro diplomatas a Caracas nos próximos dias. O objetivo é reforçar a Embaixada do Brasil na Venezuela e, ao mesmo tempo, atender aos pedidos de Argentina e Peru para que o governo brasileiro represente seus interesses no país vizinho.

Como O GLOBO antecipou na quarta-feira, o Brasil aceitou cuidar dos imóveis usados por Argentina e Peru, que tiveram seus diplomatas expulsos pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Junto com Costa Rica, República Dominicana, Chile, Panamá e Uruguai, esses países questionaram abertamente o resultado da eleição na Venezuela, no último domingo, que deu vitória a Maduro na disputa com Edmundo González, candidato de oposição.

Atualmente, há cinco diplomatas permanentes na embaixada brasileira, além de funcionários locais. Entre as atribuições do Brasil com as representações dos vizinhos, uma delas é manter a inviolabilidade dos imóveis onde estão as representações argentinas e peruanas. O Brasil também tratará de assuntos de interesse dos dois países junto ao governo venezuelano.

Interlocutores do governo brasileiro afirmaram ao GLOBO que os seis assessores da líder da oposição María Corina Machado, que se refugiaram na embaixada da Argentina, continuarão sendo atendidos em suas necessidades básicas por uma equipe de funcionários contratados pelas autoridades argentinas. Caberá ao Brasil garantir que o prédio não seja invadido pelos chavistas, ou que a polícia de Maduro prenda os opositores, por meio de contatos com autoridades venezuelanas.

Um integrante do Itamaraty explicou que a diplomacia brasileira quer assegurar o cumprimento da Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas e evitar o que aconteceu, em abril deste ano, em Quito. O presidente do México, López Obrador, rompeu relações diplomáticas com o Equador após a polícia equatoriana ter invadido a embaixada mexicana, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava no local desde dezembro.

Em seu encontro com Maduro, no início da semana, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, fez um apelo para que se evitasse uma invasão que poderia se transformar em uma catástrofe. Amorim atendeu a um pedido feito pela chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Nesta quinta-feira, o presidente argentino, Javier Milei, usou uma rede social para agradecer "a disposição do Brasil de assumir a custódia" da missão diplomática e "a representação momentânea dos interesses da República Argentina e seus cidadãos".

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