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Brasil e mais seis países denunciam ação de Maduro no Equador

Lenín Moreno acusou Maduro e o ex-presidente equatoriano Rafael Correa de estarem por trás de um "plano de desestabilização" para tirá-lo do poder

Moreno: o presidente equatoriano transferiu a sede de seu governo de Quito para Guayaquil depois de milhares de manifestantes cercarem o palácio presidencial (Ivan Alvarado 
/Reuters)

Moreno: o presidente equatoriano transferiu a sede de seu governo de Quito para Guayaquil depois de milhares de manifestantes cercarem o palácio presidencial (Ivan Alvarado 
/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 18h03.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 19h17.

Bogotá — Sete países latino-americanos anunciaram nesta terça-feira, 8, seu "firme apoio" ao presidente equatoriano, Lenín Moreno, e rejeitaram "toda ação" do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e seus aliados para desestabilizar o Equador, que enfrenta grandes protestos em meio a altas nos preços do combustível.

"Os governos de Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Peru e Paraguai manifestam seu profundo rechaço a toda tentativa de desestabilizar os regimes democráticos legitimamente constituídos e expressam seu firme apoio a todas as ações empreendidas pelo presidente Lenín Moreno", diz a nota divulgada em Bogotá pelo Ministério de Relações Exteriores.

Os sete países também condenaram qualquer influência de Maduro - ao qual se opõem - e seus aliados para desestabilizar o governo equatoriano. "(Os governos) rejeitam toda ação destinada a desestabilizar nossas democracias por parte do regime de Nicolás Maduro e dos que buscam estender os alinhamentos de sua nefasta obra de governo aos países democráticos da região", indicaram.

Na segunda-feira, Moreno acusou Maduro e o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, seu ex-padrinho político, de estarem por trás de um "plano de desestabilização" para tirá-lo do poder.

Nesta madrugada, o presidente equatoriano se viu obrigado a transferir a sede de seu governo de Quito para Guayaquil depois de milhares de manifestantes cercarem o palácio presidencial.

O respaldo do grupo de países latinos se une ao manifestado na segunda-feira pelos Estados Unidos, aliado de Moreno.

Invasão na Assembleia Nacional

As forças de segurança do Equador retomaram nesta terça-feira o controle da Assembleia Nacional após centenas de integrantes de grupos indígenas terem invadido o local para pedir a saída do presidente do país, Lenín Moreno.

Agentes motorizados da Polícia Nacional do Equador, com apoio da guarda montada e de militares, conseguiram estabelecer um cerco de proteção na praça que dá acesso ao parlamento do país após a expulsão dos manifestantes do edifício.

Com uso da força e de bomba de gás lacrimogêneo, os policiais retiraram da entrada principal do parlamento os manifestantes que haviam invadido o local com bandeiras do país gritando "fora Moreno".

As atividades parlamentares estavam suspensas hoje, uma medida tomada pela presidente da Assembleia Nacional após confrontos terem sido registrados na região na véspera.

A sede do parlamento fica perto de um parque usado como ponto de concentração por 10 mil integrantes dos movimentos indígenas do país. Amanhã, eles prometem organizar um grande protesto para exigir a revogação das medidas econômicas anunciadas pelo governo. Caso contrário, eles querem a saída de Moreno do poder.

Entenda a crise

Os protestos contra Moreno começaram na quinta-feira, 3, depois de o governo anunciar o corte de subsídios para combustíveis como parte de uma reforma econômica prevista em acordo de empréstimo de US$$ 4,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Grupos indígenas e outros manifestantes fizeram barricadas em estradas com pneus, pedras e galhos queimados, enquanto a polícia usou veículos blindados e gás lacrimogêneo para acabar com as manifestações.

Desde 1997, protestos populares já causaram a renuncia de três governantes do Equador.

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