Mundo

Brasil e 13 países da OEA pedem eleições à Venezuela

Os 14 países signatários se declaram "profundamente preocupados com a situação que atravessa a irmã República Bolivariana da Venezuela"

Venezuela; "Consideramos urgente que se realize de maneira prioritária a libertação de presos políticos", diz a minuta da reunião (Reprodução/Getty Images)

Venezuela; "Consideramos urgente que se realize de maneira prioritária a libertação de presos políticos", diz a minuta da reunião (Reprodução/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 23 de março de 2017 às 21h55.

Washington - O Brasil pediu nesta quinta-feira, em uma declaração conjunta com outros 13 países da Organização dos Estados Americanos (OEA), que o governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro programe um calendário eleitoral e liberte os chamados "presos políticos".

"Consideramos urgente que se realize de maneira prioritária a libertação de presos políticos, se reconheça a legitimidade das decisões da Assembleia Nacional, segundo a Constituição, e que se estabeleça um calendário eleitoral, que inclua as eleições adiadas", diz a minuta do texto do qual teve acesso à Agência Efe.

O documento indica que a suspensão de um país-membro, como pediu o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, para a Venezuela, "é o último recurso e que, antes dessa decisão, devem ser esgotados os esforços diplomáticos em um prazo razoável".

A declaração, que deve ser publicada oficialmente ainda hoje, foi assinada por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Estados Unidos e Uruguai.

Esses países fazem parte do chamado "grupo dos 15", como ficaram conhecidos nos corredores da OEA, cuja liderança se atribui ao México e ao qual também pertence Belize, mas que não se juntou a esta ação por neutralidade, já que ostenta a presidência rotativa do Conselho Permanente, segundo explicaram à Efe fontes diplomáticas.

Os 14 países signatários se declaram "profundamente preocupados com a situação que atravessa a irmã República Bolivariana da Venezuela", e declaram seu "compromisso com a promoção e a defesa da democracia e dos direitos humanos no marco da Carta da OEA e da Carta Democrática Interamericana".

Essas nações prometem avaliar o relatório publicado por Almagro em 14 de março, no qual o secretário-geral pede a aplicação da Carta Democrática para suspender a Venezuela se o governo do país não convocar eleições em 30 dias, e o analisarão com o objetivo de "chegar a um consenso sobre o curso de ação que corresponda dentro da organização".

Os 14 países reiteram seu apoio ao "diálogo e à negociação" para solucionar "os problemas" que o povo venezuelano enfrenta e, por isso, fazem "um chamado para que sejam cumpridos cabalmente os acordos alcançados nas mesas estabelecidas durante o processo de acompanhamento impulsionado pelos ex-presidentes e a Santa Sé".

"E avancem na pronta identificação de soluções concretas, com apego às disposições da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, para garantir a efetiva separação de poderes e o respeito ao Estado de Direito e às instituições democráticas", acrescentaram os países na nota.

Por fim, o grupo de nações se ofereceu para "colaborar com o povo e o governo da Venezuela em tudo aquilo que possa contribuir para uma solução dos desafios políticos, econômicos e sociais desse país".

"E nos manteremos atentos aos esforços para abordar estes desafios durante as próximas semanas a fim de considerar os próximos passos necessários", concluiu o grupo de 14 países no texto.

Acompanhe tudo sobre:OEAVenezuela

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA