Nicolás Maduro: Juan Requesens é acusado de estar por trás do suposto ataque contra o presidente venezuelano (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 20h35.
Brasília - O Ministério de Relações Exteriores do Brasil publicou nesta sexta-feira nota condenando a prisão do deputado opositor venezuelano Juan Requesens, acusado de estar por trás do suposto ataque contra o presidente Nicolás Maduro.
"Com grave preocupação, o governo brasileiro tomou conhecimento da prisão - ao arrepio da institucionalidade democrática da Venezuela - do deputado Juan Carlos Resquesens", disse o Itamaraty.
O governo brasileiro também condenou a ordem de prisão decretada pela Venezuela contra o deputado Julio Borges, outro acusado pelo regime de Maduro de ter ligação com o atentado do último sábado.
"Ao condenar ambas as medidas, o Brasil recorda as obrigações internacionais do Estado venezuelano com a democracia representativa", afirmou o Itamaraty na nota.
Apesar da condenação, o governo brasileiro destacou que os acontecimentos do último sábado em Caracas merecem uma "investigação independente e crível", mas que não podem "servir de pretexto para o agravamento da repressão - já intensa - à legítima e legal oposição política e parlamentar" a Maduro.
Dois drones carregados de explosivos foram detonados no sábado perto de um evento comandado por Maduro. O presidente afirmou que a ação foi uma tentativa de assassinato e acusou Requesens e Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional, de terem ligação com o ataque.
Como Borges está na Colômbia, a Venezuela pediu que a Interpol emita um alerta vermelho para a prisão do deputado opositor.
Assessores de Requesens denunciaram que ele está sendo submetido a um "tratamento cruel" depois de o governo ter divulgado um vídeo no qual afirma que os dois opositores tiveram contato com o coordenador do suposto ataque contra a vida de Maduro.
Maduro também acusou o agora ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos de ter participação no atentado.