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Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 18h55.
Boston - Abalados, mas determinados, os habitantes de Boston tentam voltar à rotina nesta terça-feira, dia seguinte ao atentado que matou 3 pessoas e levou à interdição de 12 quarteirões no centro da cidade.
A maioria dos bostonianos se diz receosa depois da dupla explosão ocorrida junto à linha de chegada da 117ª edição da famosa maratona local, disputada sempre no Dia dos Patriotas, um feriado estadual que cai na terceira segunda-feira de abril. No entanto, eles dizem que desejam voltar ao trabalho, numa mensagem de desafio aos autores do ataque.
"Eu simplesmente me recuso a deixar que alguns desequilibrados me intimidem e me afastem da minha rotina", disse George Meier, de 56 anos, gerente de informática de um laboratório farmacêutico.
O prestigiado escritório de advocacia Ropes & Gray LLP disse ter havido um alto comparecimento de funcionários ao trabalho, embora sua sede fique na rua Boylston, 800, a poucos quarteirões do local das explosões.
"É difícil chegar ao nosso escritório, já que o acesso à Prudential Tower pela rua Boylston está fechado", disse Brad Malt, presidente do comitê gestor da empresa. Segundo ele, os funcionários permanecem calmos e "atendendo aos clientes da forma mais natural possível".
Por precaução, algumas das maiores firmas de serviços financeiros da cidade precisaram manter os funcionários em casa porque seus escritórios ficam dentro ou próximos da área isolada em torno da praça Copley, onde as duas bombas explodiram na tarde de segunda-feira, atingindo indiscriminadamente espectadores, fiscais da prova e atletas.
"Queremos que vocês vivam suas vidas. Queremos que sejam vigilantes. Não há razão para não vir a cidade", disse o comissário de polícia de Boston, Ed Davis, que reduziu a área isolada de 15 para 12 quarteirões.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick, disse que o Estado está em funcionamento, "mas não será o funcionamento normal".
Ele pediu a usuários do transporte público que se preparem para uma presença policial reforçada, incluindo revistas aleatórias em bolsas, sacolas e mochilas.
Sam New, de 31 anos, que trabalha em uma ONG próxima ao bairro financeiro, disse que não alterou sua rotina de deslocamento.
Já o taxista Gary Buchanan, de 57 anos, disse que Boston virou uma "cidade fantasma" nas horas subsequentes ao atentado, o pior no território dos Estados Unidos desde o ataque da Al Qaeda com aviões sequestrados, em 11 de setembro de 2001.
"(A cidade) estava morta", disse Buchanan na manhã desta terça-feira, após completar seu turno de 12 horas.