Boris Johnson: ex-chanceler é acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o Brexit (Darrin Zammit Lupi/Reuters)
AFP
Publicado em 29 de maio de 2019 às 08h51.
Um tribunal de Londres decidiu convocar o ex-chanceler Boris Johnson, candidato favorito para substituir a primeira-ministra, Theresa May, e acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o Brexit.
Os advogados do empresário Marcus Ball acusam Johnson, fervoroso defensor do Brexit, de ter mentido deliberadamente em 2016, quando era prefeito de Londres, ao afirmar que o Reino Unido pagava 350 milhões de libras (440 milhões de dólares) por semana a Bruxelas.
Johnson, cuja intervenção na campanha do referendo foi considerada decisiva para a vitória do Brexit por 52%, deverá comparecer ao tribunal para responder a acusações de "má conduta em cargo público" durante uma audiência preliminar que determinará se o caso deve ir a julgamento, decidiu a juíza Margot Coleman.
A data da audiência não foi anunciada.
"O Reino Unido nunca enviou ou deu 350 milhões de libras por semana", afirmou um dos advogados de Ball, Lewis Power, ao defender o caso na semana passada no tribunal londrino de Westminster Magistrate.
Johnson "sabia que o valor era falso e, no entanto, optou por repeti-lo, várias vezes", afirmou. "A democracia exige uma liderança responsável e honesta por parte das pessoas que ocupam funções públicas", completou.
O político, que é o grande favorito entre os 11 candidatos declarados para substituir May na liderança do Partido Conservador e como chefe de Governo, nega a acusação.
O advogado de Johnson, Adrian Darbishire, afirmou que a acusação é inapropriada, uma manobra "política".