Petróleo: boom também transformou os EUA em um exportador líquido de produtos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 10h50.
Londres - O boom do petróleo não convencional ("shale gas") na América do Norte começou a espremer o petróleo da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/arabia-saudita">Arábia Saudita </a></strong> para fora do mercado norte-americano, da mesma forma que fez com o óleo bruto do oeste africano, afirmou nesta quinta-feira a agência de energia do Ocidente.</p>
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) também previu uma enxurrada de exportações norte-americanas de gasolina para o mercado mundial.
"Nos últimos anos, a produção crescente de petróleo dos EUA afastou importações americanas de petróleo do oeste africano, que agora estão mudando para a Ásia", disse a IEA em um relatório mensal.
"As exportações sauditas parecem estar mostrando o início de uma mudança semelhante", disse, estimando que as exportações sauditas possivelmente ficaram abaixo de 7 milhões de barris por dia durante os últimos quatro meses, o seu nível mais baixo desde setembro de 2011.
"As exportações para os EUA resultaram na queda em meio à crescente demanda doméstica saudita para queimar bruto nas refinarias", disse a IEA.
Além disso, a Arábia Saudita tem mantido os preços oficiais de venda altos para os EUA, enquanto ajusta para baixo as cotações para a Ásia, acrescentou a IEA.
O boom norte-americano de petróleo não só cortou importações de petróleo pelos Estados Unidos, mas também transformou o país em um exportador líquido de produtos --em nítido contraste com décadas anteriores, quando os EUA foram os maiores importadores do mundo.
"Nos próximos anos... as exportações americanas de derivados leves chegarão a mercados cada vez mais distantes", disse a IEA, que estima que o Canadá e os Estados Unidos poderiam ter um excedente de nafta e gasolina de cerca de 1,3 milhões de barris por dia em 2019.