Mundo

Ataque aéreo a escola na Síria mata 22 crianças e 6 professores

Em um comunicado, o diretor-geral do organismo da ONU, Anthony Lake, denunciou "uma tragédia" e um possível "crime de guerra"

Bombardeios: a Unicef não citou os possíveis autores do bombardeio (Khalil Ashawi/Reuters)

Bombardeios: a Unicef não citou os possíveis autores do bombardeio (Khalil Ashawi/Reuters)

A

AFP

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 10h52.

Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 09h41.

Um ataque aéreo contra uma escola na província de Idleb, noroeste da Síria, matou 22 crianças e seis professores nesta quarta-feira, anunciou o Unicef, no momento em que parece próxima uma grande ofensiva contra Raqa, coração do califado proclamado pelo EI.

Em um comunicado, o diretor-geral do organismo da ONU, Anthony Lake, denunciou "uma tragédia" e um possível "crime de guerra".

Segundo Lake, pode se tratar do "ataque mais mortífero contra uma escola desde o início da guerra" na Síria, há cinco anos e meio.

"É uma tragédia, um escândalo e se isto foi deliberado, trata-se de um crime de guerra", afirmou.

A escola foi atacada "várias vezes", destacou o comunicado, sem dar detalhes.

Um boletim precedente informava a morte de 35 civis, sendo 11 crianças.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), "aviões militares - sírios ou russos - realizaram seis bombardeios sobre a cidade de Hass, contra uma escola e seus arredores".

A Unicef não citou os possíveis autores do bombardeio.

Um projétil caiu na entrada da escola no fim da manhã, no momento em que as crianças eram retiradas do edifício devido aos bombardeios, afirmou à AFP um militante antigovernamental do Idleb Media Center, que pediu o anonimato.

A província de Idleb está controlada pelo Exército da Conquista, uma aliança de grupos rebeldes que inclui a Frente Fateh al Sham, ex-braço sírio da Al-Qaeda.

Interrogado sobre o bombardeio, o embaixador russo junto à ONU, Vitali Churkin, declarou: "é horrível, horrível, espero que não haja envolvimento nosso".

"Seria fácil para mim dizer 'não', mas sou uma pessoa responsável, primeiro preciso saber o que nosso ministro da Defesa vai dizer".

O regime sírio e seu aliado russo são acusados com frequência pelas potências ocidentais de lançar ataques aéreos indiscriminados contra infraestruturas civis, e sempre respondem que visam apenas alvos "terroristas".

Desde o início de 2011, a guerra civil provocou na Síria a morte de mais de 300.000 pessoas, e o deslocamento de mais da metade da população.

Ao mesmo tempo, autoridades de Defesa do Reino Unido e Estados Unidos anunciaram que a ofensiva para retomar dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) seu reduto sírio de Raqa começará em breve.

A ofensiva "começará nas próximas semanas", indicou em declarações à rede americana NBC o secretário de Defesa, Ashton Carter, em Bruxelas, onde participa de uma reunião com seus colegas da Otan.

"É nosso plano há tempos e somos capazes de apoiar" ao mesmo tempo as ofensivas contra Mossul, no Iraque, e sobre Raqa, acrescentou.

Por sua vez, o ministro da Defesa britânico, Michael Fallon, também declarou à imprensa que espera uma ofensiva sobre Raqa "nas próximas semanas".

"Vocês viram um avanço considerável no cerco de Mossul no Iraque", declarou Fallon. "Esperamos que uma operação similar comece nas próximas semanas em direção a Raqa", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:CriançasGuerrasMortesRússiaSíria

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA