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Bombardeios matam 10 em escola de Donetsk

Dez pessoas, incluindo professores e pais de alunos de uma escola, morreram em bombardeios em Donetsk

Sala de aula atingida pela explosão em Donetsk, leste da Ucrânia (John MacDougall/AFP)

Sala de aula atingida pela explosão em Donetsk, leste da Ucrânia (John MacDougall/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 14h24.

Kiev - Dez pessoas, incluindo professores e pais de alunos de uma escola, morreram nesta quarta-feira em bombardeios em Donetsk, reduto dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, apesar da trégua acertada entre rebeldes e o governo de Kiev.

Quatro pessoas morreram e outras oito ficaram feridas quando um morteiro explodiu perto de um colégio situado no distrito de Kievski, a 4 km do aeroporto, palco de combates intensos nos últimos dias.

Quando o morteiro caiu, mais de 200 pessoas estavam no centro escolar, entre elas 70 crianças por ocasião do retorno à aulas, que nesta região ocorre um mês depois do resto do país.

A prefeitura declarou que as crianças se refugiaram no porão e estão ilesas.

Outras seis pessoas perderam a vida em um ônibus atingido por um foguete, disse a administração em um comunicado.

Este é o maior balanço de vítimas civis desde a entrada em vigor, no dia 5 de setembro, de um cessar-fogo concluído entre Kiev e os insurgentes, com a participação da Rússia e da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) após meses de combates.

No hospital da cidade, o motorista do ônibus explicou à AFP que 15 passageiros viajavam no veículo quando ocorreu a explosão, enquanto outras três ou quatro esperavam no ponto de ônibus.

"Estava chegando ao ponto, ia abrir as portas para que os passageiros embarcassem e desembarcassem. Houve uma explosão, ninguém entendeu o que estava acontecendo. Foi na parte de trás do ônibus. Fiquei ferido em uma perna, alguém me tirou dali", contou Mikhail Drobotun, de 48 anos.

"Este ponto fica em um lugar no qual costumam cair foguetes", declarou.

Vika Steigalo, uma passageira de 33 anos que quebrou as duas pernas, acusou o exército ucraniano do ocorrido.

"Estava no ônibus com meus filhos. Não entendi o que aconteceu. Algo explodiu e depois eu estava do lado de fora. Vi faíscas, fumaça... e depois estava na rua", acrescentou.

"Estava com uma amiga que morreu na hora. Tinha uma filha de um ano e sete meses. Como ela vai fazer para viver agora? As pessoas que fazem isso não são humanas, são desumanas", declarou, começando a chorar.

"Havia tanta gente, tanto sangue", prosseguiu Steigalo, acusando o presidente ucraniano Petro Poroshenko.

Já o governo regional de Donetsk favorável a Poroshenko, que agora tem sua sede na cidade de Mariupol, controlada pelo governo de Kiev, acusou os insurgentes pró-russos de terem atacado a escola.

Neste contexto, observadores de ambos os lados e da OSCE planejavam se mobilizar nesta quarta-feira ao longo da linha de demarcação entre as forças de Kiev e os rebeldes, com o objetivo de vigiar o cumprimento do cessar-fogo.

Os pró-russos controlam uma zona de 230 km por 160 km, que representa 3% do território ucraniano e 9% de sua população.

A Otan afirmou na terça-feira que centenas de soldados russos, incluindo membros das forças especiais, continuam mobilizados no leste da Ucrânia.

No entanto, "desde o início da trégua foi registrada uma retirada significativa das forças convencionais russas da Urânia", acrescentou a Otan.

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